Há segredo E não que haja segredo escondido Não se trata de desvendar Ahhh Essas pessoas que acreditam segredos desvendáveis Se fosse assim Já não era segredo Já era O segredo sempre já era Nas curvas dessas escritas Construções de paisagens Em que sorria um Niemayer De dentro das janelas namoradas As árvores se contorciam […]
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Poetiza BH: Coisas Reais
Enquanto isso eu sonho A todo momento sonho Nenhum respiro E ali Sonho Nada de coisas etéreas É jeito de pisar no chão Sentir saudade danada Da filha Do trem Do avô Desse amor que não pode ser outra coisa Que sonho Porque é chatíssimo Quem diz: Sonho é coisa de gente que vive sonhando! […]
Poetiza BH: Construção
Você vai me atravessar Talvez nem olhe Passará as mãos em mim Por vezes Quase sempre Ignorará até minhas feridas Caídas Decaídas de mim após uma madrugada de amor Porque também amo Calada E por vezes aprisionam-me certas paisagens Em outras tocam-me fazendo o que querem Abusos e uivos Salivas que beijam Normalmente às noites […]
Poetiza BH: Tardes Quentes
Linhas que contornam o tempo Linhas coloridas de tons Os tempos que correm pelas linhas As linhas que comunicam-se pelas mãos Histórias de vi(d)as Vi ao longe a ponte que ia Ia de perto um trilho cantando Fui levado pela linha dos seus olhos Eles derreteram meu tempo Meu tempo escrito em seus trilhos Na […]
Poetiza BH: Árvores voantes
Raízes que voam Perdidas de si Embaralham o tempo Jogando pólens Cartas de árvores Fecundam o céu Por vezes choroso Devolve chuva Chorar também é doação De vida que brota Pelos brotos da cidade Escorrem meus olhos Procurando seus chãos Misturamos Seivas Sucos Folhas que cobrem o leito De braços dados Vivemos árvores amantes No […]
Poetiza BH: Caminhando e cantando
Não pare Não fique estacionado aí Aqui talvez possa Esteja ligado Com os alertas ligados Não desligue Também não fique parado Não caminhe desligado A cidade não pode parar Aberto das 08 às 00 Não se venda Fiado só quando estiver fechado Não vire à direita Isso até que é bom Risos Sorria sempre Não […]
Poetiza BH: Caminheiro
Estamos a caminhar Isso constitui Torna os contornos em nós Nos contorna Colore Ri e chora As paragens são locais de não chegada Não há locais de chegada Um porto é uma chegada que vai Assim Pelas vieiras que me guiam Uma estrela brilhou durante o dia Sorri a ela Ela me devolveu em jeito […]
Poetiza BH: Quereres Inventados
Onde queres Eu também quero Só que não assim Com a hora marcada sabe Porque antes tem um rio Aquilo que nos umedece Que também é tornar mudo Emudecer Ante e não antes Diante das luzes dos seus olhos Procuro as vias De não acessos às suas cores Que me pintam Em aquarelas submersas Onde […]
Poetiza BH: Quando os muros me chamam
Quando os muros me chamam Agora Neste momento em que escrevo Em que o muro Me diz sim Me diz não Na mesma medida Não há ortografia para os muros Estariam eles Contraditórios A dizer sim e não? Seriam os muros esfinges? Há sempre um enigma no muro No outro e no muro Há sempre […]
Poetiza BH: Alcovas
Haveria um retiro dos poetas? Os poetas deveriam se retirar? Bater em retirada? Para onde? Para um retiro? Abandonar então a rua? Mas e os muros? E essa sarjeta que é a própria cama de quem ama? Retirar-se da sua condição de poeta? Seria poesia o exílio? Ainda assim no limite, No assombro da noite […]