Raízes que voam
Perdidas de si
Embaralham o tempo
Jogando pólens
Cartas de árvores
Fecundam o céu
Por vezes choroso
Devolve chuva
Chorar também é doação
De vida que brota
Pelos brotos da cidade
Escorrem meus olhos
Procurando seus chãos
Misturamos
Seivas
Sucos
Folhas que cobrem o leito
De braços dados
Vivemos árvores amantes
No fundo eu espero
Como segredo
Nas cascas de mim
Mora seu cheiro
Que se misturam com o céu
Tenha morada
Voaremos…
B.
Poema de Bernardo Nogueira
Foto: Wagner Correa
Instagram: Café de Imagens