Colunas Culturaliza Luiz, Câmera, Ação

Por que “Round 6” se tornou a série mais vista da história da Netflix?

Com toda certeza, você já ouviu falar em “Round 6”, da Netflix! É que acaba de ser anunciado que a produção sul-coreana se tornou oficialmente a série original mais assistida da história da Netflix – quem mantinha essa posição era a série “Bridgerton”, que estreou no fim de 2020 e foi assistida em 82 milhões de casas em apenas um mês após seu lançamento. Agora, entretanto, esse recorde é de “Round 6”, que, em poucas semanas, foi transmitida em 111 milhões de domicílios em todo o mundo. A série sul-coreana também ficou na primeira colocação entre as mais assistidas em nada menos do que 94 países. Chocante, né?!

 

Mas de onde vem esse sucesso todo? Vamos tentar explicar!!!

 

Pra quem não sabe, a série acompanha um grupo de pessoas desesperadas por dinheiro que recebem um misterioso convite para participar de jogos competitivos inspirados em brincadeiras infantis. Sem saber qualquer coisa sobre o convite, centenas de pessoas comparecem ao local para participar do evento. Ao final do jogo, o vencedor poderá levar para casa um prêmio milionário e resolver todas as suas dívidas. Porém, o que eles não sabem é que os perdedores não saírão vivos desse jogo.

 

Eu maratonei os 9 episódios nesta semana, e posso te dizer que curti a pegada da série, viu?! A crítica constante ao capitalismo, as referências aos jogos da infância e o fascínio ao voyeurismo, aquela curiosidade extrema que temos em observar o outro, são presentes e muito instigantes.

 

Reprodução Netflix

 

 

A competição, que foi estimulada pela situação financeira desesperadora de cada participante, é fascinante porque une a identificação das brincadeiras infantis com o horror das mortes a tira-roupa… e a forma como o roteiro é destrinchado prende muito a atenção! O espectador fica intrigado com algumas perguntas que surgem (“Você faria o mesmo?”, “Qual o seu limite para conquistar algo?”, “Você passaria por cima de tudo e de todos por causa de dinheiro?”), e acaba muito entusiasmado com toda essa identificação, seja para o bem ou para o mal.

 

Alguns fatores chegam a afastar um pouco os espectadores, como o excesso de cenas violentas, a língua estrangeira não muito habitual, além de cenários e diálogos bem pobres… porém, na minha opinião, os outros destaques te prendem bastante! Os personagens principais são muito cativantes e talvez isso seja o melhor da série. Até alguns vilões têm um jeito especial de seduzir o espectador… no decorrer da série, a gente acaba torcendo para que eles saiam vivos dos desafios.

 

Dá uma chance pros asiáticos aí… mas é bom se preparar com algo que assimilei: você pode acabar se identificando com essa corrida sangrenta do capitalismo sem lei!

Deixe o seu comentário

Luiz Cabral
Palpiteiro de plantão, Cabral é, atualmente, responsável pelas colunas SuperDicas (@superdicasbh), com sugestões de gastronomia e diversão na capital; Nossas Histórias, com textos de cotidiano e comportamento; e Luiz, Câmera, Ação – www.luizcameraacao.com, com indicações de filmes e reflexões sobre o que a magia do cinema faz nas nossas vidas. A sétima arte, inclusive, é a sua maior paixão. Aqui neste espaço ele vai narrar, com sensibilidade e crítica, como um filme pode ser muito mais que duas horas de diversão na poltrona do cinema.