Inspirado pelo provérbio iorubá “Esú matou um pássaro ontem com a pedra que atirou só hoje”, o artista belo-horizontino Will constrói narrativas visuais que transcendem o tempo. Na exposição “Após a chegada“, que será inaugurada, na próxima terça-feira, 11 de março na Casa Fiat de Cultura, suas 21 obras se tornam um manifesto de ressignificação de territórios. Os retratos e as pinturas geométricas trazem à memória os territórios afro-indígenas, Kemet, no antigo Egito, a Bahia – espaços onde pessoas foram apagadas ou expulsas, e os quilombos brasileiros – locais de luta e resistência. Para marcar o início da exposição, no dia 11 de março, às 19h30, será realizada uma visita mediada com Will. A mostra ficará em cartaz até 27 de abril de 2025, com entrada gratuita.
Will é autodidata e expressa-se através do desenho desde a infância. Por muito tempo, seu olhar esteve voltado para o que estava ao redor, até perceber a necessidade de uma investigação mais profunda sobre a sociedade, sobre si mesmo e o que estava “dentro”. Durante uma viagem à Bahia, há cerca de três anos, esse movimento interno ganhou forma, dando origem a uma das séries que compõe a exposição “Após a Chegada”.

As obras criadas pelo artista, em sua maioria geométricas, são uma proposição de retomada de territórios. Com pinceladas bem marcadas e tons terrosos, elas fazem referência ao deserto e às pirâmides do Egito, mas também aos centros urbanos e ao que o artista pesquisou, viu e viveu na Bahia. Will as define como afrofuturistas. “Repenso e reconstruo esses locais por meio da pintura, possibilitando que pessoas negras possam ocupá-los e serem protagonistas desses espaços. É como se eu estivesse construindo um novo imagético, numa nova possibilidade de futuro”, explica.
A geometria que compõe as telas da exposição não é apenas estética, mas um gesto político. Em sua cidade natal, Belo Horizonte, Will volta seu olhar sobre o Largo do Rosário, território negro que abrigava a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e que já não existe mais. O artista resgata essas histórias e propõe um novo imaginário em que a ancestralidade não é apenas viva, mas lidera sua própria narrativa. “Nesta exposição, conto uma história ressignificada em arte, mas de uma forma poética”, reflete Will. Como Esú, o orixá do movimento, da comunicação e dos caminhos, o artista se move em um tempo espiralar, abrindo caminhos e oferecendo um convite: enxergar a história para recriar um novo começo.

A exposição “Após a chegada” é uma realização da Casa Fiat de Cultura e do Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Conta com o patrocínio da Stellantis, da Fiat, copatrocínio da Stellantis Financiamento, do Banco Stellantis, do Banco Safra e da Sada. O evento tem apoio institucional do Circuito Liberdade, além do apoio do Governo de Minas e do Programa Amigos da Casa.
Mais informações:
Exposição “Após a chegada” na Casa Fiat de Cultura
Quando: 11 de março a 27 de abril de 2025
Visitação presencial: terça-feira a sexta-feira das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h (exceto segundas-feiras)
Tour virtual no site: www.casafiatdecultura.com.br
Visita mediada pelo artista Will
11 de março, às 19h30, na Casa Fiat de Cultura
Inscrição gratuita pela Sympla
Toda programação da Casa Fiat de Cultura é gratuita
Casa Fiat de Cultura
Praça da Liberdade, 10 – Funcionários – BH/MG
Circuito Liberdade
Horário de Funcionamento
Terça-feira a sexta-feira, das 10h às 21h
Sábado, domingo e feriado, das 10h às 18h
Informações
www.casafiatdecultura.com.br
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X: @casafiat
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