Disco vendeu mais de 140 mil cópias nas primeiras quatro semanas após o lançamento; Cotidiano, Construção, Cordão, Samba de Orly, Minha História e outras músicas famosas na carreira do artista fazem parte do álbum
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[ Jornalista e Editor ]
– Felipe de Jesus
– Imagens: Chico Buarque | Construção (Reprodução)
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O ano de 1969 foi não muito fácil para o cantor e compositor Chico Buarque. Por ter se autoexilado na Itália com a atriz Marieta Severo, e a pequena filha Silvia (na época da Ditadura Militar), o artista aguardava as coisas acalmarem no país para voltar a pisar nas terras brasileiras e assim, gravar mais uma disco e foi exatamente isso que ele fez.
Com as ideias frescas na cabeça e muitas vivências e notícias do momento social, econômico e politico do Brasil, o artista foi direto ao estúdio da Gravadora Philips Records, para registrar uma das maiores obras da sua discografia, o aclamado Construção.
Responsável por influenciar toda uma geração o trabalho que está com 51 anos de história, se tornou um pulo comercial em sua carreira. De 20 mil e 30 mil nos primeiros discos de sua carreira, Construção vendeu mais de 140 mil cópias nas primeiras quatro semanas após o lançamento. Mas claro, que tudo isso, devido às canções e por isso, vamos a elas.
■ Faixas:
1 – Deus lhe Pague: uma crítica ao controle dos militares e à opressão sofrida no país – disfarçada de agradecimento por um humor crítico e ácido – foi vetada por “parecer um ‘recado’ com duplicidade de sentido.
2 – Cotidiano: outro clássico desse disco, que narra a rotina conjugal repetitiva – e quase monótona – marcada por atos envolvendo a boca, o beijo, o comer, o beber.
3 – Desalento: parceria de Chico com Vinicius de Moraes, foi liberada direto e entrou para o álbum Construção.
4 – Construção: considerada a maior música brasileira de todos os tempos, narra o último dia de vida de um trabalhador da construção civil, morto no exercício de sua profissão: desde a saída da sua casa, até o momento da queda brutal que o leva à morte.
5 – Cordão: os censores identificaram um “protesto contra a ordem vigente” e alegaram que o verso “Nas grades do coração” tinha “sentido dúbio”. Chico teve que substituí-lo por “As portas do coração”.
6 – Olha Maria: traz o lirismo já característico de Chico em uma parceria com o artista com Vinicius de Moraes.
7 – Samba de Orly: parceria com Toquinho, que passou um tempo visitando Chico no autoexílio da Itália e, antes de voltar para o Brasil, deixou um tema de despedida pelo tempo que passaram juntos, para que Chico colocasse a letra.
8 – Valsinha: nessa Chico faz dupla com Tom Jobim, que também toca piano na faixa.
9 – Minha História: Fechando o álbum, uma versão de Chico para a canção dos italianos Lucio Dalla e Paola Pallotino emociona.
10- Acalanto: feita para a sua filha, Helena.
■ Avaliação final:
Considerado um dos mais importantes discos da história, o trabalho foi classificado como a terceira maior obra da Música Popular Brasileira (MPB) de todos os tempos, transformando-se em um dos grandes sucessos na carreira do cantor e compositor Chico Buarque.
Assim, uma obra prima da MPB que vale a pena escutar em casa ou mesmo na rua, através dos aplicativos de música. Vida longa ao mestre Chico Buarque. Até a próxima Crítica Musical.
Construção (1971):
Direção de Produção: Roberto Menescal
Direção de Estúdio: Roberto Menescal
Técnicos de gravação: Toninho e Mazola
Estúdio: Phonogram
Direção Musical: Magro
Participação especial: Tom Jobim, Paulinho Jobim e MPB4
Foto: Carlos Leonam
Capa: Aldo Luz
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