Filmes de terror/suspense não são os que eu procuro assistir. Sou medroso sim, mas, às vezes, me arrisco, principalmente, quando estão em cartaz nos cinemas. Esses últimos dias me arrisquei com “O Telefone Preto”, de Scott Derrickson, aquele mesmo de “O Exorcismo de Emily Rose” e de “A Entidade”, e fui surpreendido.
O filme é muito bom. Me assustou em alguns momentos, mas nada que me fizesse ficar sem dormir nos próximos dias, rsrsrs. Fica aí a dica pra você que é medroso como eu.
A história
Inspirado no conto homônimo de Joe Hill, o filho de Stephen King, o longa aborda a clássica temática do sequestrador do carro preto e se passa nos anos 1970. Na cidade, o tal sequestrador (Ethan Hawke) tem levado várias crianças e, desde então, elas nunca mais são encontradas. A sua virada acontece quando o personagem principal Finney Shaw (Mason Thames ) é levado por ele e “jogado” em um quarto escuro onde existe apenas um colchão e um telefone preto que, segundo o sequestrador, não funciona. Porém, o menino, que é filho de uma mãe sensitiva, começa a receber ligações de outras crianças, assassinadas pelo serial killer naquele mesmo local, dando dicas para ele escapar. Ou seja, um misto de suspense, coisas sobrenaturias, tortura psicologica e de investigação policial.
Veja o trailer:
Motivos para assistir
A história possui várias camadas que não são abordadas a fundo, como a história da mãe de Finney e a do próprio sequestrador, porém, sua narrativa consegue nos prender em todos os minutos de filme. Nada que foi mostrado ali nos dá aquela sensação de “nem precisava dessa cena”, pelo contrário, nos deixa ainda mais intrigados para saber mais e mais dos personagens. Talvez o seu único erro foi esse: não explorar tanto os personagens.
A direção de Derrickson também foi impecável. Os seus cenários são simples, mas entregam o necessário e essencial. Transmitem um ambiente triste e apropriado para sua história. Além disso, cenas que acontecem as aparições sobrenaturais me fizeram ficar, além de assustado, arrepiado. Muito bem feitas!
Mas esse susto é apenas parte do roteiro e não o seu objetivo. Percebemos que críticas são realizadas durante o andamento da história, como a violência doméstica e infantil, responsável por muitos traumas, que levam crianças à situações de risco, por muitas vezes. Isso é bem explorado com todos os personagens, seja os pais ou os próprios comportamentos das crianças/adolescentes, como reflexo de suas famílias. Os sustos nos levam a essa reflexão: o medo vem do que ainda está vivo e não dos mortos.
Aconselho assisti-lo com esse pensamento. É uma narrativa densa, mas que nos envolve de forma rápida e conseguimos nos conectar facilmente com os personagens. O filme ainda está em cartaz nos cinemas de Belo Horizonte!