O CCBB BH realiza temporada, presencial e virtual, da versão musical de “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa”, montagem protagonizada por Laila Garin. uma das obras mais emblemáticas de Clarice Lispector (1920-1977), ganhou uma versão musical para os palcos, absolutamente original. Em 2020 ano de seu centenário, a temporada precisou ser interrompida, por causa da pandemia do Covid-19. Após a pausa, o espetáculo retornou para uma temporada híbrida, entre maio e junho desse ano, seguindo todos os protocolos e lotação limitada, passando também pelo CCBB Brasília. E, agora, chega ao CCBB BH, onde faz temporada dos dias 14 a 26 de julho, quarta a segunda, às 20h, com sessões presenciais e on line, nos mesmos dias e horários, com exibições nos canais youtube do BB e da BB Seguros. As sessões do dia 23 de julho, sexta-feira, contarão com intérprete de Libras.
“A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa” tem adaptação e direção de André Paes Leme, canções especialmente compostas por Chico César e direção musical e arranjos de Marcelo Caldi. Laila Garin é Macabéa, a mítica protagonista do aclamado romance, ao lado de Claudia Ventura e Claudio Gabriel.
A idealização e produção do projeto é de Andréa Alves, da Sarau Agência, responsável por espetáculos como ‘Elza’, ‘Suassuna – O Auto do Reino do Sol’, ‘Sísifo’ e ‘Macunaíma’. O projeto é apresentado pela BB Seguros e patrocinado pelo Banco do Brasil, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A realização é da Ágapa Criação e Produção Cultural.
“O romance veio para minha estante através da minha professora, que por coincidência se chamava Laila. Ainda no percurso de “Gota D`Água”, tive a ideia de propor o projeto para a Laila Garin protagonizar, com a direção do André, que é meu parceiro teatral há 30 anos, e as músicas do Chico César, que tinha feito as músicas do Suassuna. Essa rede afetiva e a descoberta do centenário foram os motivos perfeitos para dar mais potência ao projeto”, explica Andréa.
“A Hora da Estrela” foi o último livro escrito por Clarice, que faleceu pouco tempo após o seu lançamento. Suas páginas narram a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia. Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.
Na obra literária, tal história é contada por um escritor, que vê Macabéa na rua e resolve narrar a vida de uma pessoa tão invisível, comum e sem brilho, em um exercício de alteridade. Para esta nova versão teatral, André Paes Leme propõe uma inversão e essa figura do escritor se transforma em uma atriz. Desta forma, Laila Garin tem o desafio de se alternar entre a Macabéa e a Atriz, que não somente narra, mas também comenta e lança uma série de questões ao longo da encenação.
O CCBB BH está adaptado às novas medidas de segurança sanitária: entrada apenas com ingresso emitido pelo site bb.com.br/cultura, teatro funcionando com capacidade reduzida, fluxo único de circulação, medição de temperatura, uso obrigatório de máscara, disponibilização de álcool gel e sinalizadores no piso para o distanciamento.