A Cia. de Dança Palácio das Artes lança, no próximo domingo (21/03), o documentário “Varanda em Construção”, que será disponibilizado no canal do YouTube da FCS. O filme, com classificação livre, abrange os bastidores do processo de desenvolvimento da próxima intervenção de dança da CDPA com estreia prevista para abril. Concebido através de um processo mais horizontal, no qual as funções entre bailarinos e diretores muitas vezes se misturam, a criação de “Varanda em Construção” conta com a participação de todos os integrantes do grupo. A direção coreográfica é de Christiano Castro, Jorge Ferreira e Lucas Resende, bailarinos da Companhia, e a interpretação da intervenção de dança é feita pelas bailarinas do grupo. Já a direção de vídeo é de Kleber Bassa, videomaker.
Valorizar o processo de criação artística e aproximar o público desse processo são as duas premissas que o diretor Kleber Bassa atribui ao documentário. “É um mergulho rico processo de criação dos artistas que muitas vezes acaba sendo esquecido”, revela Bassa.
Com aproximadamente quinze minutos de duração, o documentário traz a estética em preto e branco e mescla imagens do processo de criação – ensaios e conversas para decidirem questões internas do projeto – com relatos das bailarinas sobre as diversas nuances de estar atuando em casa, em distanciamento social, e como o contexto e o espaço influenciam as potencialidades de criação.
Segundo o videomaker, o documentário foi montado a partir de uma lógica que visa explicar para o público como se dá o desenvolvimento do produto final visto pelos artistas. “É muito bom entender que a partitura coreográfica, que ainda está sendo construída, parte de uma vivência da bailarina, de uma música ou de questões cotidianas e entender sobre essas questões que afetam a criação”, considera Bassa.
O desejo de ver o céu
A partir da proposta para dar continuidade às discussões em “indanumtapronto” e “Casa Vertigem”, performances apresentadas respectivamente em novembro e dezembro do ano passado pela Cia. de Dança Palácio das Artes, Lucas Resende, Christiano Castro e Jorge Ferreira decidiram elaborar um projeto que ampliasse os horizontes de criação para fora de casa.
Mas, ao mesmo tempo, diante da impossibilidade de sair de casa, a varanda foi a única alternativa encontrada pelos diretores de manter a proposta sem expor ninguém aos riscos de contágio da Covid-19. “Nos deparamos com o desejo de ver o céu. De tentar mapear, de alguma forma, uma dança que se comunicasse com esse céu, que corresse, que saísse de casa. Já estávamos cansados de ficar em casa o tempo inteiro. Então, pensamos em uma dança que fosse para as varandas, para os jardins”, explica Lucas Resende.
O documentário “Varanda em Construção” integra o projeto Palácio em Sua Companhia realizado pelo GOVERNO DE MINAS GERAIS / SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA E TURISMO DE MINAS GERAIS e pela FUNDAÇÃO CLÓVIS SALGADO e tem a APPA ARTE E CULTURA como correalizadora. Contam ainda com o patrocínio Master da CEMIG e INSTITUTO UNIMED-BH (viabilizado pelo incentivo de mais de 5,2 mil médicos cooperados e colaboradores), USIMINAS e INSTITUTO USIMINAS como patrocinadores.
CIA DE DANÇA PALÁCIO DAS ARTES – Corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado – é reconhecida como uma das mais importantes companhias do Brasil e é uma das referências na história da dança em Minas Gerais. Foi o primeiro grupo a ser institucionalizado, durante o governo de Israel Pinheiro, em 1971, com a incorporação dos integrantes do Ballet de Minas Gerais e da Escola de Dança, ambos dirigidos por Carlos Leite – que profissionalizou e projetou a Companhia nacionalmente.
O Grupo desenvolve hoje um repertório próprio de dança contemporânea e se integra aos outros corpos artísticos da Fundação – Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e Coral Lírico de Minas Gerais – em produções operísticas e espetáculos cênico-musicais realizados pela Instituição ou em parceria com artistas brasileiros. A Companhia tem a pesquisa, a investigação, a diversidade de intérpretes, a cocriação dos bailarinos e a transdisciplinaridade como pilares de sua produção artística. Seus espetáculos estimulam o pensamento crítico e reflexivo em torno das questões contemporâneas, caracterizando-se pelo diálogo entre a tradição e a inovação.