Diamantes cultivados em laboratório são usados em jóias
Os diamante é uma pedra preciosa cara e muito cobiçada no mundo. Geralmente encontrados no interior da Terra, os diamantes se formam num ambiente de altas temperaturas e de alta pressão – mas se engana quem pensa que apenas a natureza é capaz de fazer essa jóia.
Atualmente, os diamantes são produzidos em laboratórios utilizando o conteúdo de carbono de material como o cabelo ou mesmo cinzas. Este diamante feito de cabelos ou cinzas é algo bastante interessante uma vez que dá longevidade à memória daqueles que mais ama.
E você se questiona, mas como isso é possível?
Tecnologias de Produção de Diamantes Criados em Laboratório
Desde 1940 que foram feitas pesquisas sistemáticas em países como os Estados Unidos da America, Suécia e União Soviética para crescer diamantes recorrendo a processos como o CVD – Chemical Vapor Deposition – e o HPHT – High Pressure, High Temperature.
Hoje em dia, estes dois processos são os que dominam o mercado.
CVD – Chemical Vapor Deposition
A CVD, no português “Deposição química de vapor”, é um processo que permite criar um diamante a partir de mistura de gases de hidrocarbonetos.
Objeto de intenso estudo em todo o mundo, este método tem configurações simples e uma grande flexibilidade o que explica o crescimento em popularidade ao longo dos anos junto dos laboratórios.
Uma das grandes vantagens deste método é a capacidade de crescimento do diamante ao longo de grandes áreas e em vários substratos.
O processo em si, não requer pressões elevadas. O crescimento do diamante produzido ocorre tipicamente em pressões menores de 27 kPA.
O processo envolve a preparação do substrato que mais tarde alimenta os gases dentro de uma câmara sendo responsável por produzir sua energia.
Durante a preparação do substrato é importante escolher o material apropriado e sua orientação cristalográfica; a limpeza é um fator também determinante, muitas vezes sendo usado pó de diamante para matizar um substrato não-diamante e ainda deve haver uma otimização da temperatura do solo, cerca de 800ªC.
HTHP – High Pressure, High Temperature
O método HTHP, no português “Alta pressão, Alta temperatura”, é o método mais comum quando se fala em criação de diamantes em laboratório devido aos seus baixos custos associados.
Aqui é recriado o ambiente natural da base crosta da terra onde se formam os diamantes.
As prensas de alta pressão e alta temperatura viram os átomos de carbono purificados em diamantes genuínos. A parte interna da prensa é aquecida a uma temperatura superior a 1400ºC que faz com que tudo se dissolva e com que se atinja o mais elevado grau de pureza do carbono.
Este método é bastante usado na criação do diamante de cinzas. O carbono extraído das cinzas ou do cabelo do falecido, é purificado e mais tarde convertido em flocos de grafite na forma de um cilindro. O cilindro é colocado em uma máquina de síntese onde o diamante de cinzas cresce dentro de 3 a 9 meses.
O terceiro método é conhecido como detonação síntese que entrou no mercado no final de 1990. Esse processo consiste na detonação de explosivos contendo carbono que mais tarde dão origem a grãos de diamantes.
O quarto método, e que atualmente não tem aplicação no mercado, consiste no tratamento do material com grafite de alta energia de ultra-sons.
Vantagens de Diamantes Produzidos em Laboratório
Algumas das vantagens dos diamantes produzidos em laboratório incluem:
1. Os depósitos de diamantes naturais estão a ficar vazios
Dados do ano passado (2019) afirmam que apenas 40 minas geram 90% da produção mundial de diamantes mas apenas 13% delas tem depósitos que permitem a extração por mais 40 anos.
Nos próximos anos, 98% das minas de diamantes vão deixar de existir. E não fica por aqui, a famosa mina no Botswana – Karowe – que origina o segundo maior diamante do mundo tem cerca de 20 anos de esperança de vida.
2. Diamantes sintéticos têm origem ética e são amigos do ambiente
Atualmente, os consumidores estão cada vez mais a par do que acontece no mundo e querem ter uma voz ativa.
Isso não é exceção no mercado dos diamantes. Muitas celebridades já se uniram a movimentos ecológicos que pretendem acabar com os custos humanos e ambientais da atividade mineira, uma vez que para produzir um diamante em laboratório não é preciso cavar buracos na terra ou cortar árvores.
Por exemplo – após estrelar no filme “Diamantes de Sangue”, em 2006, Leonardo DiCaprio decidiu investir num empresa produtora de diamantes sintéticos para fazer com que a voz ética e ambiental fosse mais alta.
3. Variedade
É livre de escolher o corte, a cor, o tamanho, a forma e o peso do diamante! As ofertas são muitas sem nunca se perder a qualidade do diamante.
4. Eternizar os nossos entes queridos
Os diamantes de cinzas são um memorial popular para aqueles que perderam entes queridos. Através das cinzas de cremação ou de cabelo, é possível criar uma jóia que simboliza a transição do falecido para a vida eterna.
Como Obter um Certificado para um Diamante Produzido em Laboratório?
Carat, corte, cor e claridade – os 4Cs de um diamante. O certificado é considerado o quinto C.
Para que o diamante seja certificado, é preciso a ajuda de um laboratório gemológico que irá analisar a pedra preciosa de acordo com as suas especificações. A obtenção de um certificado para seu diamante não é uma obrigação e não garante nenhum aumento de valor. O certificado diamantado só lhe dará uma idéia de seu grau de qualidade e da quantidade de dinheiro que vale se você estiver planejando vendê-lo ou comprá-lo.
Existem vários laboratórios que possuem uma boa reputação por seguirem padrões de qualidade altos, como o Instituto Gemológico da América (GIA), a Sociedade Gemológica da América (AGS) e o Laboratório Gemológico Europeu (EGL).
Quando falamos em diamantes de cinzas, o fornecedor que escolher geralmente lhe envia um certificado de autenticidade vindo de um laboratório que comprova que o mesmo foi feito com as cinzas do seu ente querido.
Estas pedras preciosas criadas em laboratório estão cada vez a se tornar mais populares na sociedade não só brasileira mas também do mundo inteiro e já se estima que até 2030 um diamante em cada dez será produzido em laboratório.