Trabalho encerra os 30 anos de carreira da banda; “All Over Now”, “A Place I Know”, “The Pressure” e “In The End” são alguns dos hits
Todo começo sempre tem um fim e com o grupo irlandês The Cranberries a história não foi diferente. Com sucessos marcantes na música mundial, como, “Linger”, “Dreams”, “Ode To My Family”, “Zombie”, “Salvation”, “Animal Instict”, “Tomorow”, “The Glory” e tantos outros, o grupo se despediu dos fãs definitivamente com o álbum “In The End (2019)”. O 8° trabalho não é uma coletânea, mas sim um registro inédito recheado de ótimos hits trazendo a certeza de que a voz de Dolores O’ Riordan, a bateria de Fergal Lawler, o baixo e guitarras de Noel Hogan e Mike Hogan continuarão vivos na memória dos seus fãs. O grupo vendeu mais de 40 milhões de discos em 30 anos de carreira deixando uma marca impagável e importante na música mundial.
Com muita sutileza o novo trabalho do grupo já encanta pela imagem da capa que traz os filhos dos integrantes, como se fosse o The Cranberries em suas primeiras fotos, na juventude, antes do sucesso. Algo bem singelo e tocante, principalmente para quem acompanhou a carreira do grupo nos anos de 1990. A faixa “All Over Now” faz as honras da casa abrindo o álbum com o som marcante e conhecido do grupo. Uma viagem sonora que nos leva “quase” ao início da carreira do grupo.
Em seguida eles trazem “Lost”, mais uma canção regrada ao tradicional som do The Cranberries. Com “Wake Me Whens It’s Over” a voz limpa de Dolores O’ Riordan se destaca. Existe na música uma proximidade sonora ao primeiro álbum do grupo, “Evebory Else Is Doing It, So Why Cant We? (1993)”. Já em “A Place I Know”, hit perfeito para as rádios, o grupo traz mais um som característico. A letra e o violão da canção são ótimos.
Em “Catch Me If Can” a banda faz uma introdução incrível com um piano muito bem dedilhado. A voz de Dolores O’ Riordan se mantem limpa e intacta. Chegando em “Got It”, o grupo se aproxima sonoramente ao terceiro álbum da carreira, “To the Faithful Departed (1996)”. Mais uma ótima mistura de instrumentos com o vocal único da cantora. “Illusion” chega com um belo violão, algo bem parecido com a canção “Linger”. Uma balada bem gostosa de se ouvir. Refrão na medida e a doçura que a cantora sempre conseguia trazer em suas músicas.
Já em “Crazy Heart” realmente parece que estamos voltando ao álbum “No Need To Argue (1994)”, um dos trabalhos mais vendidos do grupo. Mais um belo violão é tocado em “Summer Song”. A faixa é bem animada e imprime a sonoridade do grupo. Com “The Pressure” (uma das minhas favoritas de “In The End”) o grupo consegue mais uma vez nos levar a uma viagem musical. Parece que estamos voltando ao início da carreira do grupo. A letra é forte e traz um refrão ótimo. Uma ótima candidata para tocar nas rádios mundiais.
Talvez os integrantes do The Cranberries tenham escolhido a faixa “In The End” (música que intitula o álbum) para se despedir dos fãs de uma forma bem marcante. No entanto, deixando claro que tudo que eles viveram até ali valeu a pena. A letra é linda e como os The Beatles no álbum “Abbey Road (1969)” na faixa também intitulada por “In The End”, o The Cranberries se despede deixando claro que a história do grupo continuará sendo ecoada pelos quatro cantos do mundo.
Avaliação
O The Cranberries é uma banda que marca definitivamente a minha adolescência. Mesmo tendo tido a chance de conhecer diversos estilos musicais, eles conseguiram de fato fazer a diferença na minha paixão pela música e por álbuns. Falar de um trabalho que encerra um ciclo não é uma tarefa tão simples, mas prazeroso quando sabemos que ele foi feito com amor e muita dedicação. De “In The End (2019)” indico as faixas: “All Over Now”, “A Place I Know”, “Got It”, “Summer Song”, “The Pressure” e “In The End” que são incríveis. Avalio com cinco estrelas (máxima) pois, quando um trabalho deixa claro que sua intenção passa bem longe das questões comerciais, o que sobra de verdade é a paixão pela música e nesse caso ela ficou nítida em cada faixa do trabalho. Com esse álbum o The Cranberries encerra um ciclo de 30 anos de carreira, mas eterniza a voz de Dolores O’ Riordan para sempre na música mundial. Vale a pena ouvir “In The End (2019)”.
Até a próxima Crítica Musical.
Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira.