O som que sai de BH é realmente encantador, né?! Pois é, um desses sons é feito por Luan Nobat que começou o seu projeto musical solo no ano de 2012, com o lançamento do álbum Disco Arranhado (Selo Membrana), em seguida veio, em 2015, com O Novato (Selo Tangerina), e agora, em 2018, chega com Estação Cidade Baixa (Selo Under Discos).
De acordo com Nobat, o seu terceiro disco é uma união de três EP’s: “Estação, que fala um pouco sobre a vida como essa plataforma de encontros e despedidas; Cidade, que lança um olhar sobre Belo Horizonte e nossas cores; e o Baixa, que reflete as complexidades das relações afetivas, sobre o deslocamento dos corpos no complexo urbano, entre outras coisas.” explica o músico.
É um disco de um compositor mineiro em busca de representar seu ambiente simbolicamente nos ritmos, nas melodias e nas letras.
Quem vive ou convive muito em BH percebe que a cidade passa por uma efervescência de ocupação dos espaços públicos. São muitos eventos que já são realizados, principalmente, na região central como o Duelo de MC’s e a Praia da Estação que devolveu, inclusive, a empolgação ao Carnaval da cidade.
Inserido nesse meio, Nobat compôs uma das principais faixas do novo disco chamada “Praia da Estação”, qual ganhou um lindo lyric video com cenas filmadas no evento. Segundo o músico, seu primeiro contato com o evento não foi nada positivo. “As coisas foram se transformando e minha chavinha foi virada ao perceber que aquilo era, na verdade, algo muito maior do que se pode ver, muito mais profundo do que essa realidade engessada, superficial, em suas camadas mais óbvias.”
Há muito espaço pra criação. A gente tá descobrindo o mundo de novo em outras camadas. A gente tá sempre descobrindo o mundo.
Hoje, após a virada em que passou, Nobat classifica o movimento como fundamental para a cidade, para o país e para a geração.”A Praia é um movimento de resistência, de encorajamento, de ocupação dos espaços que são nossos.”
Música independente em BH
Ao falar da música autoral produzida em BH, Nobat destaca a quantidade de artistas incríveis presentes na cidade, mas faz uma reflexão importante sobre a atual cena que a cidade vive: “Não adianta falarmos de políticas públicas ou iniciativas particulares que injetem dinheiro, viabilizem a produção, sendo que o grande desafio permanece sendo fazer com que as nossas canções alcancem a alma das pessoas e nos coloque em sintonia.”
O selo Under Discos, em que Nobat faz parte, tem feito um trabalho bem interessante quanto à divulgação e produção de artistas da capital mineira. “O Selo Under Discos compreende essa ausência e quer ajudar a construir essas pontes, o que é muito mais fabuloso e potente. Sinto falta de mais movimento da galera também em direção às novas coisas, mas aos poucos isso vem se refazendo.”