E se não fossem essas cores
Onde ancoraria meu peito?
Esses espaços onde me deito
E se ali no leito
Onde dormem meus sonhos
Não fosse você
Colorida
A debruçar os olhos no crepúsculo
De mim que anoiteço
Nas primeiras horas da escuridão
Onde recebo
Noite calada
Que antes de nascer
Paraisa meus olhos
Leva daqui o sol
Comporta em seus modos
O meu som
Meu tom que deságua feito o dia que vem
Aquele pelo qual esperamos toda a vida
Mas que agora
Aqui
Sob estas cores
Me inundam
Habita meus olhos e vai
Não volta
Sem esperança
Lanço outra garrafa
O Mondego saberá o destino
Embarco nas cores de si
Não volto mais a escrever
Agora sou rio…
B.
Poema e foto de Bernardo Nogueira.