Dinorá e Eriberto correm para não perder o trem. Estão em busca de um tempo bom, na casa dos avós de Dinorá. Ao se acomodarem, Dinorá olhou pela janela e ao ver a paisagem imaginou o que encontraria atrás daquelas montanhas.
Sua avó a espera, em frente ao portão vermelho, com seu vestido de margaridas e nas mãos segura um prato com pedaço de bolo de fubá feito no fogão a lenha. O cheiro do café fazia companhia desde a estação.
Quem já estava por lá, ansioso pela chegada, era o cachorro Dom. Seu avô plantava as mudas de flores compradas da moça, igual a do filme do Chaplin “Luzes da Cidade”, ao som das canções do Clube da Esquina na vitrola.
Sentia ainda o cheiro da terra molhada depois de regada e via as jabuticabeiras em volta da casa.
Eriberto fecha o seu livro e suavemente beija os pensamentos de Dinorá.
– Um monte de momentos passa em minha mente e a porção de cheiros envolve meus pensamentos. – comenta Dinorá.
Passa-se o tempo!
Os três apitos ecoados pelo trem avisam da chegada à pequena cidade.
Eriberto ao descer da locomotiva sente e enxerga tudo que Dinorá pensou e depois comentou com ele a caminho de cá.
Sente o cheiro do café e já se delicia com o sabor do bolo de fubá. Faz um carinho em Dom. E compra uma rosa branca da florista.
A paz reina por ali! Apenas sons de pássaros, conversas na praça, mais um pouco pra lá, cachoeiras, e um caminho de terra onde leva à casa dos avós de Dinorá.
… momentos de respiros profundos de cheiros leves e tranquilos!