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Crônica: Vaga-lumes em trânsito

A cidade começa a se movimentar quando o relógio bate 18h. Da janela, Dinorá com sua caneca de café com leite quente, observa:

 

– Daqui de cima, os faróis dos carros parecem pequenos vaga-lumes em trânsito. Suas luzes aparecem e desaparecem quando passam por debaixo das folhas das árvores. – divaga.

 

Da cozinha, Eriberto escutava…

 

– Tirando o barulho das buzinas, daqui do 14º andar, a fila de carros e ônibus parece um bailado de pirilampos charmosos-iluminados! – imagina Dinorá.

 

Um barulho de abrir e fechar portas de armários, se ouvia da cozinha…

 

– Se os motoristas imaginarem como eu, que as luzes de seus veículos lembram com estes pequenos insetos, poderiam ficar mais tranquilos e até sorrir! – continua Dinorá.

 

Um cantar de bater de chaves pode ser ouvido do chaveiro…

 

– Pelo menos, eu imagino, já que vaga-lumes não estão sendo mais achados por ai! Ah, saudade de quando brincava de procurar suas luzes no jardim! – suspira.

 

Eriberto com as chaves de casa nas mãos a beija, e fica encantado com a delicadeza de sua mulher, pergunta:

 

– Tenho que ir à padaria comprar manteiga. Quero preparar torradas. Se eu encontrar um vaga-lume pelo caminho, posso trazer para uma visita?

 

E saiu com o sorriso da Dinorá dando tchau!

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