Tulipa Ruiz esteve em Belo Horizonte na última quinta (27/04) para lançar o seu mais novo álbum, o “Habilidades Extraordinárias”, e, mais uma vez, provou o motivo de tantos pedidos para o seu retorno. Com um show extremamente animado e com coros e mais coros de todas as pessoas que estavam na Autêntica, a cantora e sua banda apresentaram todas as músicas do novo trabalho, além de seus outros sucessos, como “Efêmera”, “Só Sei Dançar com Você” e “Às Vezes”.
Ver Tulipa ao vivo é uma experiência incrível. Sua leveza e potência disputam muito bem o espaço no palco e suas músicas são feitas para os shows. Não existe música melhor nesse disco para provar isso do que “Samaúma”, por isso, é a escolhida para abri-lo, seguindo a mesma ordem também no show.
“Estardalhaço” também explora muito sua potência vocal e, com certeza, é uma das favoritas do novo álbum pelos fãs. A construção dessa performance é linda e simples: uma luz de led amarela explode ao chegar no trecho “Você merece o sol”. Falando em performance, a outra queridinha, “Víbora”, presença marcada em todos os seus sets, desde “Tudo Tanto”, álbum lançado em 2012, sempre ganha algum detalhe especial. Dessa vez, um véu cobrindo o rosto da artista que se estendia por todo palco. Esse mesmo véu foi “jogado” para a plateia logo após, enquanto apresentava a canção “Banho” escrita por Tulipa e gravada por Elza Soares.
Já sabemos que Tulipa e sua banda possuem diversas habilidades extraordinárias, mas em uma entrevista logo após o show, fiz questão de perguntar o motivo desse nome e ela me disse que essas duas palavras vêm ecoando em sua cabeça desde uma viagem para os Estados Unidos, em 2019, quando, ela e seu irmão, Gustavo Ruiz, foram questionados sobre alguma habilidade extraordinária que facilitaria a aprovação do visto.
Gustavo, ao ouvir a pergunta, logo se lembrou que foram ganhadores de um Grammy Latino, em 2015, com o álbum “Dancê”. Mas o que motivou mesmo o disco levar o nome foi a reflexão feita após esse momento.
Fazer arte em nosso país hoje em dia, realmente, configura uma habilidade extraordinária. Fui entendendo, com a pandemia, que habilidades extraordinárias são coisas muito mais cotidianas nesse contemporâneo. É a gente estar vivo, é andar na rua em segurança, é ser mulher no nosso país. Tenho percebido habilidades extraordinárias em mim e em todas as pessoas que me cercam o tempo todo e chamar esse nome, chamar essa reflexão tem sido muito bonito ver as pessoas entendendo nelas mesmas quais são as habilidades extraordinárias que elas têm, porque são muitas.
Você pode conferir a entrevista completa e alguns trechos do show clicando aqui.