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Breve Festival aprende com os erros do ano passado e entrega bons momentos

Errar é muito ruim, mas quando erramos precisamos pensar em melhorar. Afinal, errar é humano, mas persistir no erro é burrice. O Breve Festival entendeu isso. Após uma edição cheia de falhas, críticas negativas e muitos transtornos, em 2022, o evento realizado no Mineirão nesse sábado (22/04) entregou bons momentos. 

 

Claro que nem tudo é perfeito, mas consegui perceber muitas mudanças. Dessa vez, um pouco menor, o festival contou com apenas dois palcos, um grande dentro do estádio e um menor no estacionamento. A sua decoração também foi bem simples. Me pareceu uma versão teste ou até mesmo um resgate às origens.

 

Banheiros e mais banheiros

 

Uma das principais críticas do ano passado foi a dificuldade de acesso aos banheiros. Acredito que nesta edição não tivemos esse mesmo problema, afinal, banheiro era o que não faltava. Além dos químicos, tivemos acesso aos do estádio e isso foi um grande acerto. Inclusive, o pessoal da limpeza arrasou! 

 

Ajustes

 

Uma das principais críticas dessa edição aconteceu antes mesmo de sua realização. As constantes mudanças de horários das apresentações e até mesmo a hora de início do festival deixou muita gente confusa e revoltada nas redes sociais.

 

Os festivais realizados no Mineirão, tradicionalmente, começam ao meio dia, mas o Breve quis mudar isso e o primeiro show ficou marcado para às 14h, sendo assim, a previsão de término do evento seria às 05h! 

 

Inicialmente, achei uma péssima ideia, porém, vivendo essa experiência percebi que foi uma boa estratégia do evento. As atrações eram diversas, o público era muito diferente um do outro, com isso, as pessoas conseguiram se organizar para chegarem e para irem embora, sem causar aquele horrível tumulto no final dos eventos na Pampulha. Fiquei até às 4h30 e consegui ir embora sem nenhum problema.

 



Não sei se gostei de um evento desse tamanho durando até esse horário. Já sou um jovem senhor. Mas gostei muito dessa estratégia de dispersão do público, funcionou muito bem, pelo menos comigo. 

 

 

 

 

 

Os shows 

 

Enfim, vamos falar das apresentações! O primeiro show que vi foi o de João Gomes. Não é um artista presente em minhas playlists, mas consegui sentir a vibe do show e até mesmo cantarolar alguns trechos com ele. O cantor recebeu no palco o trio Os Gilsons e o rapper Don L

 

Aproveitei para conhecer o palco que estava no estacionamento e me surpreendi. O estilo era eletrônico e a iluminação estava perfeita. Isso é muito importante para quem curte esse tipo de música. Voltei para lá algumas vezes e em nenhuma delas saí decepcionado.



Um dos shows mais aguardados da noite, o da Alcione, me deixou maravilhado. Ser agraciado com uma apresentação desse ícone é algo muito bonito e emocionante. Mesmo sem saber cantar todas as músicas, estar na frente de uma mulher tão importante para nossa cultura foi incrível. Inclusive, obrigado, Alcione! 

 

Liniker é outra atração que nem sei descrever a emoção. Ver sua ascensão é tão bonito. Pela primeira vez, a cantora se apresentou em um estádio e não escondeu a emoção de estar vivendo isso em Belo Horizonte. Nós também não escondemos a nossa, pois suas músicas foram cantadas por um coro bonito formado por vozes de todos os cantos do Mineirão. 

 


A atração internacional do evento, Joss Stone, infelizmente, não era a mais esperada como foi “vendida” pelo evento, mas, mesmo assim, fez um show bem bonito, recheado de clássicos de sua carreira, além de novas músicas. Stone começou o show bem animada, dizendo palavras de agradecimento em português, mas essa animação foi sumindo ao longo da apresentação. De toda forma, a inglesa entregou bons vocais e sua performance completa. 

 

Ludmilla, sem dúvidas, era a atração mais esperada da noite. Mesmo gripada, a cantora fez uma apresentação cheia de hits, mesclando suas músicas pop, funk e pagode. Todas, todas mesmo, estavam na boca do povo. Para mim, seu show foi o mais animado da noite, com coreografias, interações com o público e um pedido de ajuda, já que suas condições de saúde não colaboraram para uma performance completa do jeito que ela queria entregar.

 



Minha intenção era finalizar vendo Péricles, mas devido alguns atrasos, seu show começou depois de 3h da manhã e eu já não estava mais no pique. Consegui ver apenas três músicas e percebi a sua animação. Com um público reduzido, mas ainda grande, o pagodeiro chegou muito feliz e me deixou ainda mais animado para assistir um show dele algum dia. Pensei que realizaria esse sonho no Breve, mas não foi possível. 

 

 

O evento ainda contou com apresentações de Luedji Luna, Alceu Valença, Black Alien com FBC e Planet Hemp

 

Parece que o Breve Festival aprendeu. Foi tranquilo, bonito e bem diferente dos últimos eventos realizados no Mineirão. Gostei da proposta, da ousadia e da tentativa de melhorias. Se tiver ano que vem, eu volto. Conversei com várias pessoas sobre e tive retornos positivos, mas cada um é cada um. Como foi para você?

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Charles Douglas
Virginiano, metropolitano de Ibirité, mas com a vida construída em BH, jornalista recém formado e apaixonado pelos rolês culturais da capital mineira. Está perdido no mundo da internet desde quando as comunidades do Orkut eram o Culturaliza de hoje. Quando não está com a catuaba nas mãos, pelas ruas de Belo Horizonte, está assistindo SBT ou desenhos no Netflix.