Belo Horizonte Culturaliza Diversão Exposições Gratuito ou a baixo custo

Exposição “Cor e forma: a poesia do equilíbrio” de Umberto Nigi

No último dia 21 de setembro, quarta-feira, estreou no CCBB BH “Cor e forma: a poesia do equilíbrio”. Com mais de 100 obras inéditas na capital mineira, a exposição reúne uma antologia do italiano Umberto Nigi, com esculturas sobre madeira, quadros de sua fase figurativa, nos anos 80, até passagens pelas décadas de 1990, 2000 e 2020, em que o artista plástico transita para a pintura abstrata e passa a mesclar, nas telas, materiais reciclados como areia, juta, papel, rede metálica, gesso e outros.

 

A exposição fica em cartaz até o dia 14 de novembro, de quarta a segunda, das 10h às 22h, e a entrada é gratuita. Os ingressos podem ser retirados pelo site bb.com.br/cultura ou na bilheteria do CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários). Durante o período da exposição, no dia 28 de setembro, quarta-feira, amantes de Piazzolla e Vivaldi, podem assistir ainda ao show gratuito com o jovem acordeonista italiano Pietro Roffi e o quarteto de cordas Família Barros, a partir das 20h, no Teatro 1. Mais informações sobre a exposição e o show: bb.com.br/cultura I (31) 3431-9400 I Redes sociais CCBB: (Instagram) @ccbbbh @ItalyinBH/ (twitter) @ccbb_bh / (Facebook) ccbb.bh. Este projeto tem apoio do Centro Cultural Banco do Brasil e patrocínio do Consulado da Itália em Belo Horizonte.

 

“Para mim é importante equilibrar o quadro. O jornalista e escritor americano Robert Bridge dizia que: ‘a nossa estabilidade é somente equilíbrio e a nossa sabedoria está no controle do imprevisto’. É o que tento praticar em minha obra”, explica o artista italiano Umberto Nigi que define o próprio trabalho como uma arte feita de materiais simples, mas rica em cores. “Quando se fala no inesperado, isso parte da matéria que se usa. No meu caso, as tintas, a juta, o gesso, cola, papel, a areia etc. A matéria é o artista que comanda, mas é preciso saber comandá-la, pois pode nascer algo diferente daquilo que você deseja colocar na tela”, conclui.

 

 

FOTO: RAQUEL GUERRA

 

 

São ao todo 17 quadros figurativos históricos, 20 esculturas sobre madeira, e ainda, 29 telas sobre papel fabriano. “Obras únicas, feitas neste papel especial encontrado somente na Itália, que mesclam pintura e reciclados diversos. Já as esculturas sobre madeira têm uma particularidade. Algumas delas não são pintadas totalmente. Deixo a madeira em sua origem: parte que gosto muito, prefiro não cobrir com as minhas cores”, contextualiza Umberto Nigi.

 

Os visitantes contemplam também 36 obras do artista dedicadas à pintura abstrata em diálogo com a juta. “O abstrato é a não representação da realidade. Cada um que olha o meu quadro, vê alguma coisa diferente, porque eu não tenho um tema. Não existe uma hierarquia entre várias partes da tela. As formas e cores não procuram existir no espaço, mas serem elas mesmas o espaço, até por isso não dou nome aos quadros”, explica.

 

Após realizar exposições em toda Itália, onde recebe suas primeiras premiações, Umberto Nigi decide ganhar o mundo. Em quase 50 anos de estrada, reúne 33 exposições pessoais pelos quatro continentes. Em suas andanças, chega a morar em pouco mais de 30 lugares, entre eles, Oriente Médio, New York, Milão, Jordânia, Iraque. “Isso me enriqueceu culturalmente, mostrando-me novas estruturações de cores e texturas, novos vínculos com a imagem e o pensamento, e nova formulação do tempo, me fazendo abandonar, aos poucos, o figurativo”.

 

 

FOTO: RAQUEL GUERRA

 

 

Já o amor de Nigi pela juta nasce pouco depois, ainda na década de 1990, quando o pintor passa a trabalhar com reciclados. “É minha política de recuperação lenta e gradual de materiais. Quando colocados na tela, terão o mesmo valor que a própria tela”, diz. Em Roma, lembra-se de ver chegar, na famosa cafeteria da Praça de Sant’ Eustachio (em que era assíduo frequentador), grandes sacos feitos de juta onde estava escrito “Café do Brasil”. Naquele ano (1995), começa a desenvolver um estilo próprio, que mescla a explosão de cores da pintura abstrata com matéria reciclada como juta e também gesso, rede elétrica, areia, entre outras. “Quando me deparei com aquela cena, me senti afeiçoado pela juta e toda a história que ela carrega. Sacos que deviam ter atravessado o mundo, e que, depois de úteis para o transporte do café pelo homem, são abandonados”, recorda. O curador da exposição José Theobaldo Júnior acrescenta que Nigi, além de ter criado um estilo único, “ao aproveitar esses materiais para a composição de suas pinturas e esculturas, de maneira consciente, se preocupa com a defesa do meio ambiente”.

 

 

Mais informações:

Umberto Nigi estreia exposição “Cor e forma: a poesia do equilíbrio” no CCBB BH

21 de setembro a 14 de novembro – quarta a segunda, das 10h às 22h

28.09, quarta-feira (única apresentação), às 20h – Show com Pietro Roffi e quarteto de cordas Família Barros

CCBB BH (Praça da Liberdade, 450 – Funcionários)

Classificação indicativa: livre | entrada gratuita

Retirada de ingresso pelo site www.bb.com.br/cultura ou na bilheteria do espaço

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Joseane Santos
Canceriana do coração apaixonado, amante da boa música, atleticana no corpo e na alma, mineirinha do interior que encontrou na capital seu lugar no mundo.