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50 anos de Clube da Esquina: a importância do grupo, shows especiais e exposição para comemorar

Neste ano, o grande Clube da Esquina completa 50 anos! O grupo foi e ainda é um marco para a música mineira e brasileira, pois levou e ainda leva o nosso som por vários cantos do mundo.

 

O primeiro álbum que leva o nome do grupo, lançado em 1972, conta com canções como “Cais”, “Trem Azul”, “Nada Será Como Antes” e se destaca como um disco inovador para época e até hoje é lembrado como um dos maiores registros da música brasileira.

 

Com tanto prestígio, uma data tão simbólica, precisa de ser lembrada, não é mesmo?! Neste post, eu vou falar um pouco sobre o grupo e também vou te contar o que tá rolando em BH para comemorar!

 




 

O Clube da Esquina

 

 

Tudo começou em um dos bairros mais gostosos de BH, na minha opinião, o Santa Tereza. Nascia ali uma amizade icônica entre Milton Nascimento e os irmãos Borges (Marilton, Márcio e Lô).

 

Eles começaram essa relação exatamente em 1963, quando Milton chegou em BH para estudar e trabalhar. Em sua cidade, Três Pontas, o músico integrava uma banda chamada W’s Boys com o pianista Wagner Tiso, que também integrou o Clube.

 

Na capital mineira, Milton não desgrudou do mundo musical e começou a tocar na noite em um grupo chamado Evolusamba, junto com o Marilton Borges. Foi daí que começou a movimentação para existir o que conhecemos hoje.

 

 

Os integrantes

 

 

 

Por mais incrível que pareça, o Clube da Esquina não foi considerado uma banda, mas sim um grupo paralelo à carreira de todos os seus integrantes. Ou seja, os grandes nomes que fizeram parte já tinham uma carreira musical.

 

Com isso, podemos dizer que os integrantes desse movimento/grupo foram Milton Nascimento, Lô Borges, Beto Guedes, Flávio Venturini, Toninho Horta, Wagner Tiso, Tavinho Moura, Tavito, Nelson Angelo, Robertinho Silva, Luiz Alves, Vermelho e Rubinho.

 

Todos eles tiveram envolvimento, seja nas composições, voz, arranjos…

 

As influências

São muitas. Não dava para esperar outra coisa de um grupo tão grande, né?! Ao escutar as músicas lançadas naquela época podemos perceber grandes influências do jazz, rock, música erudita, bossa nova e até de música folclórica. Cada integrante adicionava a sua personalidade.

 

A farofa conceitual que todo mundo gosta.

 




 

Os álbuns

 

Capa do “Clube da Esquina”, lançado em 1972

 

Como não tínhamos, de fato, um grupo oficial formado, os álbuns que, talvez, podemos considerar de verdade do grupo são o “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina II”. Além deles, os integrantes também lançaram outros discos que, com certeza, carregavam de forma mais clara o DNA de cada um.

 

 

A capa do clássico

Os personagens da capa do álbum “Clube da Esquina” são Antônio Rosa Carlos de Oliveira, o Cacau, e José Antônio Rimes, o Tonho. A foto, na época, não foi nada combinada, quando o fotógrafo Cafi estava à procura de uma estrada de terra em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro.

 

Curiosidade

Enquanto eu pesquisava sobre o disco, vi uma matéria no site Folha Jurídica sobre um processo envolvendo essa capa tão conhecida. Acontece que em 2012, quando o álbum completava seus 40 anos, a jornalista Ana Clara Brant foi atrás dos personagens com objetivo de recriar a imagem. 

 

Após a abordagem da jornalista, José e Antônio entraram na justiça. Eles não conheciam a foto, não conheciam o disco e, muito menos, o grupo. Antônio disse: “Nunca soube disso. Foi ela (a jornalista) que me descobriu. Fui correndo no advogado e contei a história todinha. Acho que eles não podiam ter feito isso comigo. Poderiam ter avisado meu pai ou minha mãe. Não ajudaram em nada.”

 

 

Leia a materia completa clicando aqui. 

 

 

Hoje, segundo informações da Folha de São Paulo, Tonho é repositor em um supermercado e Cacau é jardineiro. Eles estão dispostos a fazer um acordo, mas ainda segundo a reportagem, até hoje não receberam o contato dos músicos. 

 

 

Leia a materia completa clicando aqui. 

 

 

Cacau e Tonho recriaram a imagem em 2012. Foto: Divulgação

 

As comemorações dos 50 anos

De 3 a 5 de fevereiro, o Teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas será palco do projeto Mistura Minas que vai contar com shows especiais de Julia Guedes (filha de Xexéu), Naiara Saião (neta de Beto e bisneta de Godofredo Guedes), Érika Machado, Makelly Ka, Lô Borges e Telo Borges.

 

Você pode conferir mais detalhes sobre o evento clicando aqui.

 

Além disso, a Galeria de Arte do Centro Cultural Minas Tênis Clube apresenta, entre os dias 2 de fevereiro e 6 de março, a exposição “Viagem de Ventania – Trilha Sonora dos Tempos”. Sob a concepção do compositor, escritor e integrante do Clube da Esquina, Márcio Borges, o espaço da galeria promove uma imersão em 12 canções do Clube da Esquina, por meio de objetos, projeções, luzes, cores e da própria canção.

 

A entrada é gratuita e a Galeria de Arte funciona de terça-feira a sexta-feira, das 10h às 20h, sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h.

 

 

 

Escute o clássico clicando aqui.

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Charles Douglas
Virginiano, metropolitano de Ibirité, mas com a vida construída em BH, jornalista recém formado e apaixonado pelos rolês culturais da capital mineira. Está perdido no mundo da internet desde quando as comunidades do Orkut eram o Culturaliza de hoje. Quando não está com a catuaba nas mãos, pelas ruas de Belo Horizonte, está assistindo SBT ou desenhos no Netflix.