O baralho e os jogos de cartas já estão integrados na sociedade brasileira há muito tempo. E muitas das modalidades, como o truco, poker, buraco, tranca e alguns outros, fazem parte do dia a dia do brasileiro.
Todos nós já jogamos algum título desses pelo menos uma vez na vida e muitas famílias conservam baralhos em casa para usar em momentos de lazer e para passar o tempo nas horas vagas, como alternativa a ver séries e filmes ou realizar algum passeio turístico, como visitar museus. Mas não há um consenso definitivo sobre quando as cartas surgiram ou foram desenvolvidas pela primeira vez.
As cartas de baralho são conhecidas e usadas em todo o mundo — e diversos países do planeta reivindicaram sua invenção. No entanto, os primeiros relatos sugerem que as primeiras cartas podem ter sido usadas já no final dos anos 1200 na China e no começo dos anos 1300 na Europa. Alguns relatórios dizem que elas foram utilizadas já no século IX, mas muitos também indicam que o “jogo das folhas” chinês que detém esse título, na verdade, não usava cartas propriamente ditas, portanto, as pessoas discutem se isso deveria contar como o início dos jogos de baralho ou não.
Apesar de os jogos de cartas serem uma modalidade de habilidade, eles também têm uma profunda conexão conosco devido às características escondidas nos símbolos das cartas. Embora você jogue usando suas habilidades, saber sobre os naipes e seus símbolos nos estimula a jogar melhor.
Para ser franco, os significados das cartas não têm impacto real no desempenho prático; no entanto, entender a origem dos naipes e símbolos adiciona novas perspectivas, além de aumentar o conhecimento e atração pelos jogos. Aprender a história e evolução de jogos como o poker, por exemplo, ajuda a compreender o êxito da modalidade em diferentes cantos do mundo.
O surgimento do baralho moderno
Os quatro naipes de cartas que conhecemos hoje são: Copas — ♥, Ouros — ♦, Espadas — ♠ e Paus — ♣. São um design francês do século XV, mas a ideia de naipes é muito mais antiga. A história escrita do jogo de cartas começa na Ásia do século X, já propriamente conhecido como um jogo de baralho. Essa ideia chegou ao antigo mundo muçulmano antes do século XIV, mas foram os franceses os responsáveis pela padronização do baralho atual, inspirado nas cartas de tarô, o verdadeiro baralho ancestral. Já os britânicos alegam a primeira menção a um jogo de cartas.
À medida que as cartas de jogar se tornaram mais populares, diferentes culturas criaram seus próprios naipes. Os significados do naipe do baralho nada mais são do que apenas diferenciar as cartas umas das outras. No entanto, acredita-se que cada naipe simboliza um dos quatro pilares principais da economia do período medieval: os corações retratavam a igreja, as espadas representavam os militares, os clubes caracterizavam a agricultura e os diamantes refletiam a classe mercantil.
Um baralho tem 52 cartas que podem representar o número de semanas por ano. A soma de todos os números de valor nas cartas é 365, como os dias do ano. Os 13 meses lunares são representados pelas 13 cartas de um naipe. Há quem diga que essa explicação é um mito, e desde sua criação, muitas explicações numerológicas e religiosas da composição de um baralho de cartas foram apresentadas. Mas essas explicações parecem ter sido criadas após o fato, talvez para idealizar um argumento razoável e um propósito ao baralho, não apenas para jogos de cartas.
Hoje, o público geral pode saber bem como jogar buraco, paciência, truco ou burro, mas poucos param para considerar que um baralho de cartas pode ser representado como uma maravilha da engenharia, do design e da história. As cartas têm servido como passatempos divertidos, truques de mágica e modelos matemáticos de probabilidade. São marcas culturais que revelam costumes populares antigos apreciados até os dias de hoje. Por isso, nada melhor do que conhecer um pouco sobre suas origens.
