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Celebrando seu 13º ano, Duelo de MC’s reúne artistas em evento online

Em 2020, o Duelo de MCs completa 13 anos de encontros, lutas e conquistas no espaço público de BH. Com a impossibilidade de estar na rua por causa da pandemia do novo coronavírus, a Família de Rua decidiu realizar uma edição especial do Duelo na Tela ao Vivo para comemorar. Oito MCs de peso de Minas Gerais foram convidados para participar: Colombiana, Mina Nai, Eli Ribeiro, R Mensageira, Drizzy, Wad, Dias e Novak irão se enfrentar em batalhas de rimas improvisadas. Quem será responsável pela trilha sonora dos duelos é o DJ Coyote. A festa ainda terá show de FBC e Iza Sabino, que recentemente lançaram juntos o álbum Best Duo. Com transmissão ao vivo pelo canal da Família de Rua no Youtube, o evento será realizado no domingo, 23 de agosto, às 18h.

Além do encontro online, a Família de Rua preparou uma série de conteúdos especiais para compartilhar com o público ao longo do mês de agosto. Tudo se organiza em torno do número 13 para marcar cada ano da trajetória do movimento que transformou as ruas do baixo centro de Belo Horizonte. Serão lives, depoimentos de artistas e do público, playlists, dicas, compilações e conteúdos para o canal de TV. A intenção é resgatar a memória, mostrando as diferentes gerações que fizeram história no palco do viaduto Santa Tereza;  mas também mostrar que a cena segue viva e que o Duelo continua movimentando a cultura Hip Hop, não só em BH, mas em todo o país.

O formato do festival foi inspirado no Duelo na Tela, que nasceu em 2017 como um quadro semanal do canal de vídeos da Família de Rua e, a cada edição, apresentava uma batalha gravada, com MCs convidados, em ambientes sem a presença de público. Em sua versão ao vivo, o projeto chega com o desafio de retomar as atividades do Duelo de MCs, durante o período de isolamento social. A primeira edição foi realizada em junho e reuniu 16 MCs de várias partes do país, além de jurados, comentaristas e convidados.

Sobre o Duelo de MC’s

A história teve início em Belo Horizonte, numa noite de sexta-feira, em 2007. Um grupo de amigos se reuniu para rimar na antiga calçada do Miguilin Cultural, na Praça da Estação, onde atualmente funciona o Centro de Referência da Juventude (CRJ). Ninguém imaginava a força que ganharia o movimento que começava a ser desenhado ali. Alguns meses depois, por causa da chuva, o grupo se abrigou embaixo do Viaduto Santa Tereza e, desde então, o espaço virou a casa não apenas do Duelo de MCs mas de toda uma geração.

Quando as ações começaram a se expandir, os organizadores do Duelo sentiram a necessidade de se organizar em um coletivo. Assim, surgiu a Família de Rua, que também completa 13 anos em 2020. Além de batalhas, shows e sessões de freestyle, o grupo sempre trabalhou para dar voz à cultura Hip Hop como um todo e agregar todos os quatro elementos. Desta forma, a dança e o graffiti sempre estiveram presentes nos encontros.

Ao longo destes 13 anos, o Duelo de MCs tem sido exemplo de luta e resistência, demonstrando a importância de se ocupar as ruas da cidade. Por um lado, embates com o poder institucional se repetiram diversas vezes, até mesmo para que o viaduto fosse iluminado à noite. Por outro, há pessoas que aprenderam naquela vivência a potência transformadora da cultura urbana.

Há artistas que se formaram ali, e não apenas no palco: Douglas Din, FBC, Clara Lima e Djonga são alguns exemplos. União, conhecimento e respeito guiam as ações que se potencializam nas trocas com o público. Com a criação do Duelo Nacional, as trocas extrapolaram fronteiras, conectando outras regiões do país com a cidade. Ano após ano, ao levar arte e vida para o baixo centro de BH, o Duelo de MCs segue escrevendo mais um capítulo na história da cultura Hip Hop de Belo Horizonte e do Brasil.⁣

Duelo Na Tela ao Vivo – 13 anos do Duelo de MCs

Quando: 23 de agosto, domingo

Onde: www.youtube.com/familiaderua

Horário: 18h

Outras informações:

www.instagram.com/familia_de_rua

www.instagram.com/duelonacional

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Guilherme Dias
Desde de sempre, gosto de contar histórias e vi no jornalismo a oportunidade perfeita para fazer isso. Não vivo sem filmes, livros e música, principalmente rock n’ roll.