Gastronomia

Coronavírus impulsiona delivery no Brasil e muda rotina de restaurantes e consumidores

A pandemia do novo coronavírus segue o seu caminho pelo Brasil e pelo mundo. No planeta, são mais de 2 milhões de infectados conhecidos, enquanto no nosso país são quase 30 mil pessoas infectadas, sendo que a projeção de subnotificação indica que existem pelo menos 200 mil pessoas contaminadas pelo vírus em território nacional.

Com isso, as autoridades seguem a recomendação de que as pessoas fiquem em casa em isolamento social, com alguns estados inclusive decretando quarentenas por determinados períodos.

Essa situação traz para os restaurantes um novo cenário com o qual trabalhar. Afinal, se as pessoas não podem ir até os lugares para comer, então os estabelecimentos precisam pensar em estratégias diferentes para conseguir novos clientes e se manter em operação.

A solução encontrada tem sido o uso de aplicativos de entrega de comida, como o Rappi Delivery, o iFood ou o Uber Eats.

Segundo o HuffPost Brasil, só um desses aplicativos, o Rappi, registrou 30% mais pedidos nas últimas semanas de março por causa da quarentena.

Uma das razões que explica esse aumento de demanda está no fato de que o Rappi não conta apenas com restaurantes, embora eles sejam a maior fatia dos pedidos do aplicativo. Além desses estabelecimentos, o aplicativo ainda trabalha com supermercados e farmácias também. Isso significa que além de pedir por comida para um determinado almoço ou jantar, os clientes ainda podem fazer compras de supermercado e de farmácia sem sair de casa e quebrar o isolamento social.

Para garantir a segurança durante as entregas, todos os aplicativos estabeleceram protocolos de proteção para empresários, lojistas e clientes.

No Rappi, por exemplo, o pagamento é feito pelo próprio aplicativo, diminuindo o contato entre entregador e cliente. Além disso, há álcool 70% e panos desinfetantes disponibilizados pela empresa para os entregadores.

Para completar, existe uma opção de entrega sem contato em que o entregador deixa o pedido na porta da casa do cliente ou na portaria da residência e se afasta por 2 metros para evitar contato com o cliente.

Essa medida também foi usada por outros aplicativos de entrega, como o iFood e o Uber Eats.

Por causa disso, os restaurantes encontraram uma maneira de vencer a pandemia do coronavírus sem perder faturamento ou precisar demitir funcionários.

Com os aplicativos, o ritmo de trabalho mudou, mas o número de clientes permanece. Para os restaurantes, a rotina de trabalho agora consiste em agradar às métricas dos aplicativos para conseguir  mais clientes.

Para alguns, significa operacionalizar a linha de produção para fazer pratos mais rápidos do que antes. Quanto mais rápido o restaurante consegue atender o cliente, mais privilegiado ele é pelo algoritmo.

No entanto, não basta velocidade: é preciso qualidade também. Quanto maior a nota recebida, mais destaque ganha o restaurante.

Na prática, isso significa que o serviço deve ser veloz e de qualidade para que o restaurante ganhe mais e mais destaque dentro do ecossistema do aplicativo e possa vender ainda mais.

Outra diferença que a mudança de cenário trouxe é o fato de que os restaurantes não precisam mais brigar pelos melhores pontos comerciais nas cidades.

Como o serviço é todo feito pelos aplicativos, o que importa é a localização da cozinha em relação às principais vias de acesso para os entregadores e principais caminhos para diminuir o tempo de entrega.

Isso significa que imóveis que antes eram rejeitados pelo setor, passarão a ser procurados. Quem puder mudar de localização para aproveitar melhor essa alteração vai ganhar muito no longo prazo.

Assim, aos poucos, o mercado se regula e os restaurantes de todos os tipos e tamanhos podem continuar funcionando e evitando danos econômicos em um momento de crise global.

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