No último sábado, 4 de outubro, a Daparte se apresentou na casa noturna LAB. O evento aconteceu para divulgar o novo single e clipe da banda intitulado “Segundas Intenções”, disponível em todas as plataformas digitais.
A cena musical de Belo Horizonte tem ganhado cada vez mais força no mainstream com a ascensão da nova geração das bandas de MPB. No último dia 4 de outubro, a banda formada por Juliano Alvarenga (voz e guitarra), João Ferreira (voz e guitarra), Bernardo Cipriano (voz e teclado), Túlio Lima (voz e baixo) e Daniel Crase (bateria) se apresentou no LAB, a mais nova casa noturna da cidade localizada no bairro Savassi, para promover o lançamento do single “Segundas Intenções”. O evento contou com um show intimista e bem animado com direito a exibição do clipe para os fãs que estavam presentes e apresentação de convidados especais como a banda Papa Black, DJ Tulio Ferolla e Quel Parreira.
Formado em 2015, com o primeiro álbum lançado há um ano e apresentações em grandes festivais na capital mineira, o quinteto tem ganhado bastante destaque, principalmente entre o público jovem. O som da banda é uma mistura de rock e MPB. As letras das canções são tocantes e retratam o cotidiano, as angústias, alegrias e amores. “A nossa maior inspiração é a vida cotidiana e as experiências que nós temos enquanto jovens de vinte e poucos anos lidando com as questões da vida, alegrias e frustrações amorosas. Quando nós escrevemos focamos ao máximo no que estamos sentindo e em traduzir como aquele sentimento foi importante de alguma forma.” contou João Ferreira, um dos vocalistas do grupo.
Estivemos presentes no evento e batemos um papo com os rapazes sobre as expectativas com o lançamento do single, planos para o futuro, influências na criação das músicas e o carinho dos fãs. Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Já faz um ano desde o lançamento do álbum “Charles”. De lá para cá, com o lançamento de “Segundas Intenções”, o que mudou na carreira de vocês?
Quando lançamos o álbum “Charles” permitimos que as pessoas tivessem contato conosco, com nosso trabalho e a nossa música. A partir daí começamos a ganhar fãs, seguidores e admiradores do nosso som. De lá para cá, a nossa fanbase aumentou muito e isso influenciou bastante para que quiséssemos produzir cada vez mais e encontrar o nosso estilo dentro do fazer musical. O que mais mudou foi isso. Agora nós temos uma galera que gosta da gente e do que produzimos e isso acaba se tornando mais um incentivo para que continuemos o nosso trabalho com mais inspiração.
Quais são as expectativas de vocês com esse novo single e o que os fãs da Daparte podem esperar para o próximo ano?
A nossa expectativa é conseguir expandir cada vez mais e aumentar ainda mais a nossa fanbase. Aqui em Belo Horizonte, nós construímos um público bacana, os shows ficam cheios, o público canta junto e se diverte o show inteiro, mas queremos ter mais admiradores e fãs em outros lugares do Brasil também. Atingir mais pessoas com a nossa música. Então com “Segundas Intenções”, os próximos dois singles que serão lançados até o fim do ano e o novo álbum, nós queremos em parceira com a nossa produtora, Sony Music Brasil, trabalhar de todas as maneiras possíveis para atingir um público maior.
A música é muito boa e combina com o clipe que é bem legal e divertido. Durante o processo de criação, vocês selecionaram algumas referências visuais ou criaram um conceito próprio de como queriam? Estão satisfeitos com o resultado?
Todo trabalho que produzimos, usamos diversas referências, desde musical até audiovisual. Esse clipe aconteceu na correria para encontrar alguém que conseguisse dirigir no tempo que tínhamos disponível. Uma das pessoas que conversamos durante o processo criativo foi o João Lara, que dirigiu o clipe de “Guarda-Chuva”. Ele nos deu a referência do jogo de espelhos que tem no clipe e levamos a ideia até o Pedro Milagres que foi quem dirigiu e fez o clipe acontecer da melhor forma possível. A gente achou tudo muito doido, foi um dos clipes mais legais de gravar. Nós queríamos, também, passar a imagem de quem somos, do nosso estilo de vida, das festas que fazemos e frequentamos.
Tanto no álbum “Charles”, quanto na música nova, uma das características mais expressivas nas canções são as letras tocantes e cheias de sentimentos. Durante o processo de composição quais são as inspirações e influências musicais de vocês?
No primeiro disco, durante o processo de produção das músicas, cada um trouxe canções que já tinham escrito e composto antes, fora da banda mesmo e juntou. Tanto que o “Charles” é um mix de estilos musicais. Já no segundo disco a maioria das letras foram escritas por mim (João) e o Juliano. E assim, com esse amadurecimento que passamos desde o primeiro álbum até agora, estamos querendo criar canções que as mais pessoas se reconheçam e identifiquem. A nossa maior inspiração é a vida cotidiana e as experiências que nós temos enquanto jovens de vinte e poucos anos lidando com as questões da vida, alegrias e frustrações amorosas. Quando nós escrevemos focamos ao máximo no que estamos sentindo e em traduzir como aquele sentimento foi importante de alguma forma.
Vocês tiveram a oportunidade de tocar em grandes festivais que aconteceram na capital mineira, como, por exemplo, a edição de 2018 do Festival Sarará e as edições de 2018 e 2019 do Festival Planeta Brasil, como foi essa experiência e como esses eventos impactaram na carreira da banda?
Foram oportunidades que tivemos para cumprir o nosso objetivo de alcançar um maior número de pessoas diferentes. A heterogeneidade de pessoas que frequentam esses festivais é muito grande e elas acabam tendo contato com a banda de alguma maneira, algo que talvez não aconteceria de forma orgânica. Também tem o lado legal de ter contato com outros artistas e conhecer muita gente nova que também tá tentando crescer com a sua arte no meio musical. Foram dois eventos muito interessantes e apesar de estarmos dividindo o line-up com artistas grandiosos, quem esteve presente durante o nosso show se envolveu, pulou, cantou muito e fez com que a experiência fosse incrível. Esses dois festivais foram muito importantes para a história da banda.
Uma vez que todos vocês são de Minas Gerais e residem em Belo Horizonte, como a cena musical, a capital e a cultura mineira influenciam no som de vocês?
A cena atual é bem legal para conhecermos novos artistas, mas não influencia diretamente na forma como criamos o nosso som. No entanto, Minas Gerais é um celeiro de referências musicais para nós, desde o Clube da Esquina até o Skank, o Jota Quest e outras bandas locais que conquistaram o Brasil. A gente pira no som dos caras. É muito legal poder fazer parte dessa nova cena musical que veio junto com a Lagum e trouxe a cidade de volta aos holofotes. A Sony Music tem pegado vários artistas de BH, como a Papa Black que também tá pra lançar coisa nova. Tem muita coisa legal borbulhando por aí.
Se vocês pudessem dar um conselho para as bandas locais e independentes que estão começando agora, qual seria?
Tem que prestar muita atenção no que se sente e gostar do som que produz. É muito importante sentir as emoções e colocar verdade no material. A falta de verdade impede que as pessoas se conectem com as canções. E o mais legal de ter uma banda com os seus amigos, que é o nosso caso, é fazer as viagens, os shows, aproveitar todos os momentos independente do estar por vir. Curtir a trajetória é muito importante porque a estrada é bacana. Tem seus altos e baixos, mas é muito boa. Então o essencial é isso, aproveitar cada momento e transformar em música.
Por último, mas não menos importante, os fãs de vocês são muito carinhosos, animados e apoiam bastante a banda, vocês gostariam de mandar uma mensagem especial para eles?
A gente se sente muito acolhido. É muito emocionante para nós ver que o nosso trabalho nos aproximou de várias pessoas que gostam da banda e tem muito carinho com a gente. Não temos nem palavras para explicar toda essa admiração. É muito legal esse apoio do fã clube, é um presente que a vida nos deu em ter pessoas que realmente gostam do nosso som, se conectam com as músicas e sentem coisas boas ao ouvir. Gostaríamos de agradecer imensamente e esperamos que vocês continuem com a gente para crescermos juntos. Obrigado!
Os fãs da banda podem ficar bem animados, pois tem mais dois singles vindo por aí antes da chegada do próximo álbum que está previsto para o ano vem. Mas enquanto o lançamento do disco novo não chega, que tal ouvir o “Charles” para segurar a ansiedade?! Disponível no Spotify e em todas as outras plataformas digitais de streaming.
Imagem de destaque: Fernando Furtado.