Analise Colunas Crítica Musical Culturaliza Música Resenha

Adriana Calcanhotto mostra toda sua ‘veia inventiva’ em ‘Margem’ seu novo álbum

10° trabalho de estúdio traz samba, funk, lirismo e completa a trilogia
formada pelos discos “Marítmo (1998)” e “Maré (2008)”

 

Chegar aos quase 30 anos de carreira com a mesma essência musical não é para qualquer um, mas para artistas que já nasceram prontos, como é o caso da cantora Adriana Calcanhotto! A compositora que é uma das vozes mais conhecidas da MPB, retornou ao cenário musical com “Margem (2019)”, seu 10° álbum de estúdio mostrando que as voltas ao mundo, entre um álbum e outro, trouxeram ainda mais visão sobre a realidade do país. O novo trabalho completa a trinca formada pelos discos “Marítmo” (1998)” e “Maré (2008)” e reforça toda a “veia inventiva” de Adriana Calcanhotto. O disco teve 88% de aprovação dos usuários do Google.

 

Em declaração ao jornal Gazeta On Line, a cantora disse que o álbum “Margem (2019)” começou a brotar durante a finalização e lançamento do disco “Maré (2008)”. “Ao longo do tempo, fui trabalhando as canções com muita calma, sem pressão, em um momento que realmente tinha muito tempo pela frente. Mas como o conceito veio já no lançamento do segundo, não teve jeito. Quando se tem um nome, já se tem um disco”, disse a cantora Adriana Calcanhotto.

 

Com forte influência do samba, ela abre o álbum com a música “Margem”, trazendo todo o ritmo do cavaquinho. A música lembra alguns sucessos do aclamado disco “Marítimo (1998)” elevando todo o romantismo da cantora. Em seguida a canção “Os Ilhéus” (de Antonio Cicero), reforça o estilo único da artista, algo meio próximo das canções do disco “Senhas (1992)”. Sua voz continua surpreendente a mesma e a música é praticamente um hit. Em “Dessa Vez” Adriana Calcanhotto realmente leva o ouvinte a sua essência. O violão se destaca na introdução e ela lembra a sonoridade do álbum “Fábrica de Poemas (1994)”.

 

Com “Lá Lá Lá” o Samba mais uma vez invade a sonoridade de “Margem (2019)”. Nela, Adriana Calcanhotto traz ritmo e vocal em total consonância, algo meio “Dorival Caymmi”, mas claro, com mais velocidade. Com “Tua” (já gravada pela cantora Maria Bethânia), a artista chega mais uma vez com sua veia poética. A letra é ótima e reflete também em trabalhos anteriores, como, “Maré (2008)”. Para mim, mais um sucesso para se tocar nas rádios. Logo em seguida ela presenteia o fã com a música “Príncipe das Marés”, canção que reflete na temática da capa do álbum. A sonoridade também acompanha o que o ouvinte escutou até ali.

 

Com “Era Pra Ser” também gravada por Bethânia (aliás, uma das músicas que mais gostei do álbum), Adriana Calcanhotto acerta na melodia e no refrão. A canção traz uma letra linda e muito bem produzida. Com certeza um hit a parte no novo disco. Já em “Ogunté”, vemos a narração de Adriana Calcanhotto sobre o mar, seus habitares e achados. Uma canção menos expressiva na sonoridade, mas bem forte na letra. Vejo nela uma relatividade á capa de “Margem (2019)”. Para fechar o álbum ela traz realmente toda a sua “veia inventiva” e um estilo bem “carioca” em “Meu Bonde”, com direito a batidas de funk. Uma música bem inusitada.

 

Avaliação 

 

Adriana Calcanhotto é um dos maiores tesouros que temos na MPB. Com uma carreira repleta de sucessos e uma discografia incrível, posso dizer que desde que conheci “de fato” sua música no fim dos anos de 1990, vi que ela se manteve firme na proposta que tinha para o seu público. O novo trabalho fecha a trinca formada por “Marítmo” (1998) e “Maré (2008)” e dele eu indico as canções: “Margem”, “Os Ilhéus”, “Dessa Vez”, “Lá Lá Lá”, “Tua” e “Era Pra Ser” que é linda. Avalio com cinco estrelas (máxima), mesmo não trazendo total impacto midiático, pois a cantora mostra traços musicais do início e do meio de sua discografia. Um álbum mais tranquilo, mas que reforça a paixão da cantora pelo mar, pelo ar, pela vida, pela poesia e acima de tudo, pela música! Se você ainda não escutou o novo trabalho da cantora Adriana Calcanhotto, vale a pena dedicar um ‘tempinho’ para ouvir “Margem (2019)”. Álbum já disponível no formato físico e nas plataformas digitais.

 

 

 

 

 

 

Fotos: Adriana Calcanhotto
Até a próxima Crítica Musical.
A coluna é publicada neste espaço toda semana

Deixe o seu comentário

Felipe de Jesus - Siga: @felipe_jesusjornalista
Editor & Administrador do CulturalizaBH - Portal UAI [ Apoio no setor Administrativo e Financeiro ] - Jornalista - Redator & Colunista: Crítica Musical. Filiado: FENAJ & FIJ | AIN | SINAJ | Abramídia | UBI _________________________________________________________________________ ■ Publicidade & Divulgação de Notícias MKT - Diretor [ Grupo Conteúdo (GC) ] _________________________________________________________________________ ■ Advocacia: Gestor - Elpídio & Jesus Advogados ________________________________________________________________________ ■ Graduado: Apaixonado pela área acadêmica, Felipe de Jesus é formado em Jornalismo pela (Faculdade - FESBH), Publicidade & Propaganda (Instituto Politécnico de São Paulo), Teólogo (Faculdade ESABI/BH-MG), Sociologia (Faculdade Polis das Artes/SP), Economia (Universidade USIP), Advogado (FACSAL/MG) , Ms. em Comunicação Social: Jornalismo e C.Informação (Univ. UEMC) e atualmente cursa Engenharia de Telecom. & TV (F.Matric/EAD)