Álbum vendeu mais de 60 milhões de cópias no mundo todo; “Breath (In The Air)”, “On The Run”, “Time” e “Us And Them” são alguns hits; Alan Parsons foi o produtor, já a capa do aclamado ‘Prisma’, uma cortesia do estúdio de design Hypgnosis
Coluna: ‘Crítica Musical’
Jornalista | Colunista & Editor
Felipe de Jesus
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Comemoração dos 46 anos do disco ‘The Dark Side Of The Moon’
O ano de 1973 foi marcante para muitas bandas e cantores de Rock And Roll e não seria diferente para o ‘Pink Floyd!’ Nesse mesmo ano Elton John lançava ‘Goodbey Yelow Brick Road’, RAM (de Paul McCartney) ‘Band On The Run’, Led Zeppelin – ‘Houses Of The Holy’ e David Bowie, o grandioso ‘Aladdin Sane’. No entanto, nenhum desses discos teve tanto impacto quanto o ‘Pink Floyd’ com o seu ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’. O disco que é o oitavo do grupo formado por David Gilmour (vocal e guitarra), Nick Mason (baterista) Roger Waters (vocal e baixo) e Richard Wright (tecladista), chegou nas lojas com uma proposta diferente de tudo que já havia sido feito pela banda nos álbuns ‘Atom Heart Mother (1970)’, ‘Meddle (1971)’ e ‘Obscured By Clouds (1972)’. Neste trabalho que foi produzido por ‘Alan Parsons’ e gravado no estúdio ‘Abbey Road’, eles deixaram de lado as longas passagens instrumentais para dar espaço ao legítimo Rock And Roll.
O sucesso foi tanto, que o disco, conhecido no Brasil, como, ‘Prisma’ (cortesia do estúdio de design Hypgnosis), vendeu mais de 60 milhões de cópias no mundo todo, sendo um dos maiores sucessos do grupo. Como muitos discos de Rock que fizeram parte da minha adolescência, conheci o ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’ com 13 anos de idade através das histórias que minha mãe, Maria de Fátima me contava a respeito deste clássico. De acordo com ela, o disco teve um impacto muito forte nos jovens dos anos de 1970, que, como ela, também tinham 13 anos de idade na época! Ela, que trabalhou na extinta loja ‘Eletro Discos’, que ficava na Rua dos Tupinambás, Centro de BH/MG, relatou que esse álbum não parava nas prateleiras de tanto que era comercializado. “Era um disco que não ficava na loja. Chegavam as caixas com os discos e rapidamente todos os volumes eram vendidos. Algo impressionante de se ver!”, afirmou ela que é fã incondicional do Pink Floyd.
Para iniciar, ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’ traz a canção “Speak To Me”, uma espécie de música instrumental que leva a estoteante “Breath (In The Air)”. A música traz batidas mais lentas dosadas as guitarras de David Gilmour e os teclados de Richard Wrigth. O vocal de David Gilmour dá o tom, além da letra que é impactante. “Respire, respire no ar. Não tenha medo de se importar. Deixe, mas não me deixe. Olhe em volta, escolha seu próprio solo. Por muito tempo você vive e alto você voa”. Em seguida o Pink Floyd nos leva a uma viagem musical através de “On The Run”, faixa instrumental que traz o som de sintetizadores e vozes no fundo até chegarmos aos sons de relógios da inigualável “Time”.
A música é um dos maiores sucessos do grupo e até hoje encanta os fãs. Com guitarras bem alinhadas, a música traz além dos vocais, o solo de guitarra único de David Gilmour. É impactante! Com “The Great Gig In The Sky”, o grupo chega com a performance excepcional da vocalista Clare Torry. É realmente algo único no universo do Rock And Roll. Em seguida a banda traz “Money”, mais um grande sucesso de ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’. David Gilmour mais uma vez aparece magistral. Os sons da caixa registadora em meio as guitarras são sensacionais. Mais uma letra impactante e com o cunho bastante social. “Dinheiro, é um gás. Pegue esse dinheiro com as duas mãos e faça um estoque. Carro novo, caviar, devaneio de quatro estrelas. Acho que vou comprar um time de futebol”.
Com “Us And Them” os ânimos se acalmam e o grupo mostra mais uma vez toda a sua magnitude. A canção traz piano, saxofone e o vocal incrível de David Gilmour muito bem acompanhando por Roger Waters e os demais integrantes. Dando sequência, ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’ apresenta “Any Colour You Like”, que além das guitarras muito bem tocadas, tem bateria, baixo e uma finalização perfeita que já liga a magistral “Brain Damage”. A música é inspirada em ‘Syd Barrett’, antigo guitarrista do Pink Floyd, que havia sofrido um colapso mental devido ao uso de drogas. Em seguida a canção emenda a “Any Colour You Like” e fecha com a incrível “Eclipse”. A sequência das ‘três últimas músicas’ são bem tranquilas e com um toque de guitarra bem parecido com a música “Dear Prudence” do ‘The White Album (1968)’ do The Beatles. No entanto, o som da guitarra nesse caso, aparece na escala de D maior.
Avaliação ||
O álbum ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’ se tornou uma espécie de disco de cabeceira de tanto que escuto. Tenho ele no formato vinil e se não me engano, três versões diferentes em CD. É um disco bem moderno, mesmo sem tantas tecnologias aplicadas em sua gravação na época. Fora isso, se destaca por ser um dos mais vendidos na história do Rock mundial. Das faixas que gosto, indico: “Breath (In The Air)”, “On The Run”, (uma das músicas mais curiosas do disco), “Time”, “The Great Gig In The Sky”, “Money”, “Us And Them” e a única “Brain Damage”. Dou cinco estrelas (máxima), pois, após 46 anos de história, vejo que o disco continua mais atual do que nunca, tanto pelas letras, quanto pela sonoridade. Se ainda não ouviu ‘The Dark Side Of The Moon (1973)’, escute, pois, poucos trabalhos na música conseguiram durar tanto tempo na memória dos fãs, quanto na história da indústria fonográfica mundial. Já disponível no formato físico e nas plataformas digitais.
Fotos: Pink Floyd
Até a próxima Crítica Musical.
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