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“Rocketman”: A honesta história da extravagância e do exagero

 

Nota 8/10

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=tm9EjFLdoh8

 

“Tem que matar a pessoa que você não gosta dentro de você para nascer aquela que você deseja ser”. É com essa frase marcante que Elton John renasce após se libertar de seu verdadeiro nome, Reginald Dwight, e se transformar no ícone da música pop mundial. E o filme “Rocketman”, que acaba de estrear nos cinemas, retrata essa trajetória muito bem, numa cinebiografia para ser vista e revista por fãs e não fãs do cantor.

 

O longa do diretor Dexter Fletcher é guiado pelo depoimento do superstar numa clínica de reabilitação, numa espécie de terapia de grupo num encontro dos Alcoólicos Anônimos. Lá, ele vai recordando de sua vida, desde a infância, quando era completamente desprezado pelo pai, tinha uma mãe durona, mas um talento nato para o piano. A narrativa em forma de flashbacks é excepcional, pois mistura canções antigas e novas. O roteiro de Lee Hall vai se encaixando direitinho entre as letras das músicas famosas, e, assim, em forma de musical, o filme se sobrepõe até mesmo à última grande biografia no cinema, “Bohemian Rhapsody”, do Queen e de Freddie Mercury, que teve grandes problemas de cronologia e de veracidade dos fatos.

 

No colorido “Rocketman”, não existe esse problema. Tudo é escrachado, exibido, ostentado, de uma forma épica, verdadeira, sincera e bem extravagante, como o protagonista sempre gostou de ser. Da timidez da infância às roupas exuberantes do astro, que ficou milionário muito cedo e caiu na perdição das drogas, do álcool, da negação da sexualidade e das orgias sexuais, do vício nas compras e nos remédios, em um mar de decadência, nada é escondido, tudo é retratado de forma honesta e amplificada.

 

E o exagero está no ator que dá vida a Elton John. Para trabalhar um personagem tão complexo, Taron Egerton mergulhou de cabeça, quis cantar ele mesmo todas as músicas e surpreendeu numa atuação impressionante. Ele consegue ser a versão do cantor em várias fases de sua vida, transparecendo sentimentos em forma de expressões faciais perfeitas.

 

Por ser este espelho honesto da vida de Elton John, carregada de polêmicas e de exageros, às vezes brega, divertida e muitas vezes chocante, você vai sair do cinema ainda mais apaixonado por ele. E pode ter certeza: vai querer ver tudo de novo!

 

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Luiz Cabral
Palpiteiro de plantão, Cabral é, atualmente, responsável pelas colunas SuperDicas (@superdicasbh), com sugestões de gastronomia e diversão na capital; Nossas Histórias, com textos de cotidiano e comportamento; e Luiz, Câmera, Ação – www.luizcameraacao.com, com indicações de filmes e reflexões sobre o que a magia do cinema faz nas nossas vidas. A sétima arte, inclusive, é a sua maior paixão. Aqui neste espaço ele vai narrar, com sensibilidade e crítica, como um filme pode ser muito mais que duas horas de diversão na poltrona do cinema.