Luiza Trigo é uma das principais escritoras da geração jovem da literatura do Brasil. A carioca é sucesso absoluto entre o público infanto-juvenil. Já tem 8 livros publicados, e um deles com direito a adaptação para o cinema. O filme “Meus 15 anos” foi adaptado em 2017, com direito a Larissa Manoela no papel principal.
Luiza agora assina como Luly Trigo, mas a essência das histórias continua a mesma, encantando a todos com histórias carismáticas, leves, divertidas, e principalmente bem brasileiras, com personagens comuns ao nosso dia a dia. Só pra registrar, meus filhos lerão Luiza Trigo.
A caixinha mágica é um conto de Natal bem pequenininho, mas repleto de magia. Conta a história de Priscila, uma menina órfã que passou a viver em um orfanato, após a morte dos pais. Entre os pertences levados ao orfanato, coisas pessoais do pai e da mãe de Pri, e uma caixinha de música, com um bilhete que dizia que aos 12 anos ela teria uma surpresa.
No orfanato viviam mais de 200 crianças que dependiam, claro, da doação de roupas, brinquedos e alimentos. Conhecemos um pouquinho da realidade e dos anseios das crianças pelos olhos da Pri. Aliás, tem uma paixonite pelo Jonas um menino muito bonito, solidário, que chegou meio truculento, mas que aos poucos foi se encaixando no seu mundo de solidão. O sonho da Pri é se aproximar dele.
“Eu fico encantada, babando por ele. Tentei uma vez ou outra me aproximar, mas nunca deu certo. Sou muito tímida, não sei o que diria se um dia ele olhasse nos meus olhos. Sinto um frio na barriga só de pensar”. (pág. 8)
Aos 12 anos, ela de fato tem uma surpresa mágica, que envolverá seu grande sonho, Jonas e a possibilidade de uma adoção. Não posso falar mais que isso, mas já deixo aqui minha indignação. Esse livro deveria ter muito mais que 40 páginas, pelos menos mais umas 300.
A caixinha mágica, é uma fantasia bonitinha, singela, e descrita com muita ternura e agilidade. A linguagem é simples e os fatos se desenrolam tão rapidamente que você ficará como eu, querendo mais desta história.
A história tem o pano de fundo a adoção no Brasil, a esperança de encontrar uma família, o convívio e o cuidado de milhares delas em um orfanato.
Segundo a Corregedoria do Conselho Nacional de Justiça, cerca de 8,7 mil crianças e adolescentes estão à espera da adoção no Brasil, enquanto 43,6 mil pretendentes estão cadastrados no CNA. Na última década, mais de 9 mil adoções foram realizadas.
Esta coluna é publicada invariavelmente as segundas, porque às vezes o livro é bem grande (rs)
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