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Paul McCartney: “Egypt Station” mostra que eterno “Beatle” não perdeu o caminho das pedras

Trabalho tem influências do Wings (seu grupo nos anos de 1970) e álbuns dos anos de 1990 

 

Paul McCartney é um dos maiores exemplos de persistência e paixão pela música que temos no mundo. Desde sua passagem pelos “The Beatles” e “Wings”, sua carreira nunca foi abalada por escândalos ou “críticas infundadas” sobre sua obra musical. Prova disso está em sua “discografia solo” com quase 20 álbuns lançados e prêmios merecidos, como do disco “New (2013)” e “Egypt Station (2018)”, 17º álbum da carreira que já vem sendo considerado um dos melhores do ano. O disco foi gravado em Los Angeles, Londres e Sussex, com produção de Greg Kurstin, responsável pela cantora Adele e Foo Fighters.

 

Com 16 novas faixas, Paul McCartney traz em “Egypt Station (2018)” o que ele sabe fazer muito bem: compor. A começar pela faixa “I Don’t Know”, que traz toques de piano e batidas que nos remetem a trabalhos do artista na época do “Wings” em “Back To The Egg (1979)”. Em seguida ele traz “Como On To Me”, que além da guitarra, mostra um Paul bem animado e tocando “gaita” muito bem. Em “Happy With You” (linda faixa), Paul McCartney traz um belo violão e melodia que agrada profundamente. A música parece ter saído do disco do Wings: “Venus And Mars (1975)”. “Eu tenho muitas coisas boas para fazer, ooh sim. Eu andei por aí com raiva. Eu costumava me sentir mal. Mas hoje em dia meus dias. Não precisa ficar triste. Porque eu estou feliz com você”.

 

Em “Who Cares”, ele mantém a linha Rock/Pop dos anos de 1990, como por exemplo no álbum “Off The Ground (1993)”. O cantor mantém a mesma linha em “Fuh You” e também em “Confidante”. A faixa lembra a balada “Mull Of Kintyre” do álbum ” London Town (1978)”. “Você costumava ser meu confidente. Meu amigo mais sombrio de baixo. Mas eu me apaixonei por você. E trouxe nosso romance para um fim. Eu brinquei com você durante todo o dia. E te disse todo pensamento secreto. Ao contrário dos meus outros supostos amigos”.

 

Em “People Want Peace”, o artista mantém a linha da “Paz e Amor”. Funciona bem em tempos de tanta intolerância, seja religiosa, política ou até mesmo musical. “Eu anseio por sua atenção. Mas eu não vou deixar nada ficar no meu caminho. A mensagem é simples. É direto do meu coração. E eu sei que vocês já a ouviram antes. Mas de que isso importa? Estamos juntos nisso. E eu não vou desistir. Enquanto as pessoas estão urrando por mais. As pessoas querem paz. As pessoas querem paz. Um simples alívio de seu sofrimento”.

 

Em seguida ele leva o mesmo tom da solidariedade em “Hand In Hand” e “Dominoes”, que incrivelmente Paul traz um vocal muito parecido com suas músicas nos anos de 1970. Já em “Back In Brazil”, o artista deixa claro que não foram apenas as turnês pelo país que o agradaram, mas também a cultura. A letra é uma bela homenagem. “De volta ao Brasil. Vive uma garota. Sonhos do futuro. E um mundo muito melhor. De volta ao Brasil. Ela conhece um homem. Ele é alto e bonito. E ele se encaixa com um plano. Luzes brilhantes”. “Egypt Station (2018)” mantém a linha com “Do It Now” e “Caesar Rock” que pelo vocal, parace que Paul queria voltar aos bons tempos dos álbuns “RAM (1971)” e “Band On The Run (1973)”. Em “Despite Repeated Warnings” ele acalma os ânimos e fecha com “Hunt You Down/Naked/C-Link”.

 

Avaliação

 

Das faixas que mais gostei e indico, deixo “I Don’t Know”, “Happy With You” (a que mais escuto), “Confidante” (lindo violão), “People Want Peace”, “Hand In Hand”, “Dominoes”, “Caesar Rock” e “Despite Repeated Warnings”. Avalio “Egypt Station (2018)” com cinco estrelas (avaliação máxima), pois, com uma carreira extremamente bem construída desde os “The Beatles”, “Wings” e parte de sua carreira solo nos anos de 1990, Paul McCartney não precisava lançar mais nada. No entanto, faz isso como se estivesse gravando seu primeiro disco, com muita excelência e profissionalismo. Vale a pena ouvir “Egypt Station (2018)”. Já disponível no Deezer e também no Spotify.

 

 

 

 

Até a próxima Crítica Musical.

Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira

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Felipe de Jesus - Siga: @felipe_jesusjornalista
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