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Não é um conto de fadas – Kim Rosacuca

Olá! Sou Bárbara Andrade e a convite da Elis Souza,  a partir de hoje também vou dar dicas de literatura nacional aqui no Literaliza BH. Sou jornalista apaixonada pelas palavras e uma leitora que se arrisca a colocar as ideias no papel em momentos de inspiração. Sou redatora aqui no Culturaliza BH e editora no portal de notícias literárias, o LiteralMente, UAI.  A minha primeira dica foi uma surpresa literária que tive este ano.

 

“Não é um conto de fadas” é quase um diário, com detalhes e confissões, da youtuber Kim Rosacuca. Confesso que, há poucos dias, mal sabia quem era a Kim. Mas, nas páginas do livro, lançado pela editora Hyria, me foi narrada uma história de altos e baixos de uma garota que vivia entre Curitiba e Mato Grosso do Sul, passou uns perrengues na vida e aprendeu com seus erros. Parece clichê, e, colocando assim, é bem clichê mesmo, se fosse uma ficção. Na vida real, a história é bem complicada.

 

Sempre gostei bastante de biografias e autobiografias, de entender um pouco sobre a vida das pessoas, de ídolos e ícones da música e do cinema. São sempre histórias que de certa forma te dão pontos de vista diferentes. E, o que poderia ter dado errado na vida de uma youtuber com mais de 5 milhões de inscritos no canal? Acredite, muita coisa!

 

Antes mesmo de abrir o livro, a capa já apresenta ao leitor um tom de tristeza, com uma foto que mostra uma Kim não muito bem. Ao longo da leitura, fotos da youtuber acompanham a história e, nos momentos de maior bad, se mostram mais carregadas, melancólicas.

 

“Não é um conto de fadas” é um livro bem fácil de ler, daqueles que se devora de uma só vez. Há pausas para recadinhos e conselhos para os leitores, além de momentos de interação – daqueles em que você pode escrever no livro – que funcionam bem e dão um tom mais leve e divertido a narrativa. Confesso, que não costumo escrever, rabiscar e rasgar os livros, tenho muita dó, e nesse não foi diferente. Meu exemplar continua intacto. (risos)

 

A forma como Kim “conversa” com os leitores ao longo do livro é bem interessante. Em um dos capítulos mais pesados, a youtuber alerta para as crianças pequenas pularem algumas páginas. Durante todo o livro, fica visível o cuidado que Kim tem para não ser uma influência negativa para os leitores.     

 

Mais de uma vez, li em grupos de discussão que “livro de youtuber não é literatura”. Ok! Não é o tipo de literatura que mais me cativa, mas é claro que é literatura. Imagina quantos fãs da Kim, lá do canal do Youtube, leram “Não é um conto de fadas”? Se identificaram, se divertiram e tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a youtuber. Eu me identifiquei com a Kim em vários momentos, também fui uma criança que completava álbuns de figurinhas do Pokémon e era bem legal!

 

Me surpreendi com a leitura, não por ser uma das mais legais da minha vida. Me surpreendi por ter começado a ler com as expectativas baixas e ter me deparado com uma literatura bem interessante e íntima, quase como um diário. É sempre bom dar uma chance para os gêneros, os escritores e as histórias. Você só pode dar sua real opinião se souber do que está falando. E, hoje, eu posso dizer que “Não é um conto de fadas” é um livro que superou minhas expectativas.

 

Esta coluna é publicada aqui, todas as segundas!

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