Estamos a caminhar
Isso constitui
Torna os contornos em nós
Nos contorna
Colore
Ri e chora
As paragens são locais de não chegada
Não há locais de chegada
Um porto é uma chegada que vai
Assim
Pelas vieiras que me guiam
Uma estrela brilhou durante o dia
Sorri a ela
Ela me devolveu em jeito de enigma
Dois caminhos
Não podemos levar tudo na mochila
O corpo limita a andança
Por isso
Há que se caminhar
Porém
Por dentro
De dentro
De mim que carrego todos os caminhos
Inclusive aquele que não segui
Que me espera
Feito o amor
Que não vivi
Que é a sorte que vem
Amamos apenas o que não se apresenta
Quando chegar
Dê as mãos
Porque sonho sozinho
É caminho parado
Escolher dói
Amar também
Ainda bem que há sonho
Que nos empresta a chance de ir onde não se pode ir
Améns…
Poema e foto de Bernardo Nogueira.