“Não tem para onde a gente ir. Somos todos habitantes desta biosfera, deste organismo vivo chamado Gaia, que é a Mãe-Terra. Vamos ter que resolver nossos problemas aqui”.
A reflexão de Ailton Krenak, um dos maiores líderes indígenas brasileiros, exemplifica a importância de buscar a sabedoria dos povos originários, principalmente em tempos de crise. Um meio potente de acesso a esses saberes é a arte – e foi pensando nisso que o Circuito Municipal de Cultura criou a Mostra Indígena. Totalmente gratuito e online, o evento acontece entre 19 e 24 de abril, com exibições de filmes, exposições, um sarau e um bate-papo com a participação de Krenak.
A programação da mostra começa no dia 19, com uma exposição virtual de artistas contemporâneos indígenas. Projeto da artista visual e pesquisadora mineira Aline Xavier, a mostra apresenta o resultado do curso “Caminhos da Arte Indígena Contemporânea”, realizado em 2020 no Museu de Arte Moderna (MAM) de São Paulo.
No dia 21, às 19h, será exibido, no YouTube da Fundação Municipal de Cultura, o filme “Nũhũ Yãgmũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa!” (2020). Dirigido pelos cineastas indígenas Isael Maxakali e Sueli Maxakali, em parceria com os pesquisadores Carolina Canguçu e Roberto Romero, o filme apresenta a tradição dos Maxakali, que antes da chegada do homem branco saíam para caçar com os espíritos yãmĩyxop.
A programação continua com o Sarau Árvore Nômade, do poeta mineiro Rafael Fares, que será exibido no dia 22, às 20h, no YouTube da FMC, no Facebook e no Instagram do Circuito. Completando a programação da Mostra Indígena, Krenak participa de um bate-papo com a artista, curadora e diretora teatral mineira Andreia Duarte, para abordar os desdobramentos do espetáculo “O Silêncio do Mundo”, no dia 23, às 20h.
Para Aline Vila Real, diretora de Promoção das Artes da Fundação Municipal de Cultura, o evento reflete a potência da arte indígena contemporânea. “A programação dessa Semana de Cultura Indígena é um chamado para expandirmos nosso olhar e entendermos as possibilidades de reconstrução do que hoje chamamos de humanidade, considerando a arte como uma ferramenta potente para essa ação”, conclui.
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