Quem está por dentro do mundo pop nesses últimos dias, principalmente quem está ativo no Twitter, se deparou com a ascensão repentina do nome ARTPOP nos Trend Topics.
Mas o que está rolando?
Acontece que os fãs da cantora americana Lady Gaga, carinhosamente chamados de Little Monsters, resolveram dar a merecida visibilidade para o álbum lançado há um pouco mais de 7 anos.
Se você não entendeu nada do que eu estou falando, farei um breve resumo por aqui.
ARTPOP é um álbum lançado pela cantora em 2013 e marca um momento muito conturbado de sua carreira após a sua explosão mundial com os álbuns “The Fame”, “The Fame Monster” e “Born This Way”.
O disco que seguia uma linha diferente do que Gaga andava apresentando foi muito esperado, mas não foi tão bem recebido na época por ser “diferente” demais e mesmo sendo o nono álbum mais vendido do ano, registrando 2,3 milhões de cópias, não conseguiu repetir as explosões anteriores.
Além de tudo isso, Lady Gaga passou por vários perrengues na época, como o desentendimento com o seu ex-empresário, Troy Carter, que deixou sua equipe logo no início da divulgação.
Tudo isso resultou em desorganização! Singles trocados, clipes gravados e não lançados, Gaga reclamando no Twitter, fãs exigindo divulgação e por aí vai. A fase foi TÃO traumatizante para a artista que em sua apresentação no Super Bowl, em 2017, ela simplesmente ignorou a sua existência e não cantou NENHUMA música dele.
Em 2019, no aniversário de seis anos do disco, Gaga chegou a publicar em seu Twitter a frase “i don’t remember ARTPOP” (eu não me lembro do ARTPOP). Poxa, Gaga!
Enfim, mas por que esse álbum que foi um verdadeiro “desastre” em sua carreira está voltando com tudo após quase 8 anos de seu lançamento?
Tudo começou nas últimas semanas quando o DJ White Shadow, responsável por grande parte da produção e dos instrumentais do disco, publicou uma petição para o lançamento do “ARTPOP: ACT II”.
Ainda em 2013, havia uma especulação sobre o lançamento de uma possível segunda parte com músicas descartadas da versão oficial, mas como já sabemos, esse lançamento nunca aconteceu. Por isso, os fãs do mundo todo se reuniram para dar um up no álbum e chamar a atenção da Mother Monster que atualmente está na Itália gravando as cenas de seu próximo filme “House Of Gucci”.
Isso reacendeu a esperança dos fãs e a tag #BuyARTPOPoniTunes tem movimentado as redes sociais nos últimos dias e fez as vendas do álbum aumentarem por todo mundo, alcançado o topo em diversos países, inclusive no Brasil.
Pois é, será que agora esse trabalho, que eu sempre achei incrível, finalmente terá seu espaço na vitrine de sucessos de Lady Gaga?! Bom, vamos torcer que sim! Afinal, ela também está tocada com toda essa repercussão e se manifestou em sua rede:
“A petição #buyARTPOPoniTunes para um volume II inspirou um calor tremendo em meu coração…”
E relembrou a fase turbulenta:
“Eu desmoronei depois de lançar este álbum. Obrigada por celebrar algo que antes parecia destruição. Sempre acreditamos que ele estava à frente de seu tempo.”
Veja a publicação clicando aqui
Sim, Gaga! Esse álbum sempre esteve à frente de seu tempo MESMO! E, por isso, eu vou destacar TRÊS MOTIVOS para você ouvir o ARTPOP!
Vamos lá:
1 – Um álbum experimental
De fato, lá em 2013 quando ouvimos o disco pela primeira vez, achamos aquilo TUDO muito diferente. Gaga, juntamente com seus produtores, escolheram sonoridades que ainda não eram muito exploradas na época e isso fez com que muita gente pensasse “MEU DEUS O QUE EU ESTOU OUVINDO??”.
Essa indagação foi positiva para muitas pessoas, como eu, mas negativa para muitas na época. A mudança repentina deixou muita gente confusa. Arrisco a dizer que a sensação foi bem parecida quando ouvimos “Born This Way” pela primeira vez.
Gaga sendo Gaga, não é mesmo?! Se não for pra ser diferente, ela nem lança nada! É isso!
“Não sou uma escrava errante, sou uma mulher de atitude”
Trecho de “Aura”, faixa que abre o disco.
2 – ARTPOP foi uma despedida
Após tanta tragédia, Gaga desistiu da música pop por um tempo e se dedicou ao jazz com o lançamento de “Cheek to Cheek”, em 2014, ao lado de Tony Bennett; ao country/rock, com “Joanne”, em 2016 e à sua carreira de atriz.
De fato, parecia mesmo que a cantora não sentia mais falta de suas roupas exageradas, coreografias e músicas dançantes. O disco serviu como uma carta de despedida e fazia muita gente chorar por aí quando escutava aquelas batidas estranhas e incompreendidas.
Vale ressaltar que anos depois, como agora, o registro começou a ser aclamado. Parece que a saudade de Gaga no pop fez as coisas mudarem. Que coisa, não?!
Ah, e ela voltou pro pop também! Chromatica (2020) está aí entre nós!
3 – O conceito, meu pai!
Não era somente música! ARTPOP não era chamado de álbum pela cantora, mas sim de projeto! Ele envolvia um mundo criativo que só vemos na mente de Gaga. Cada detalhe de sua produção contava com um conceito super interessante. Na época, um aplicativo também havia sido lançado. Vale ressaltar que naquele ano, apps nem eram tão populares como hoje. VISIONÁRIA!
“Uma celebração e uma jornada musical poética” era como ela o descrevia. O trabalho carregava muitas inspirações artísticas, como a pintura “O Nascimento de Vênus”, de Pierrot e Sandro Botticelli.
Conseguimos notar toda essa preocupação com seu conceito já pela divulgação de sua capa que foi tirada e desenhada pelo artista americano Jeff Koons. Essa mesma escultura do registro foi exibida no evento de lançamento do disco.
“Com a capa, eu queria Gaga nela como uma escultura de forma tridimensional e com a bola refletora, porque essa bola se torna uma espécie de símbolo para tudo […]”
Enfim, é muito conceito, gente! Não dá pra falar tudo por aqui, pois este post já tá grande demais. Acho que uma pessoa aqui fica muito empolgada quando começa a falar de ARTPOP…(rsrs)
Procure pelo álbum em todas as plataformas de streaming e torça pela sua continuação! Colabora aí, Gaga!