Trabalho traz as canções “Black Dog”, “Rock And Roll”, “Stairway To Heaven” e outros hits; disco vendeu 40 milhões de cópias no mundo todo; para as gravações deste clássico o grupo utilizou o estúdio móvel dos Rolling Stones
Coluna: ‘Crítica Musical’
Jornalista | Colunista:
Felipe de Jesus
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*Especial dos 48 anos do álbum “Led Zeppelin IV, lançado no dia 8 de novembro de 1971”*
Quando escutei pela primeira vez o Led Zeppelin, eu estava com 12 para 13 anos de idade. No primeiro momento não me empolguei tanto, até por que, nos anos de 1993, 1994, o estilo “Dance” estava em alta nas rádios e era o que eu mais escutava. No entanto, por influência do meu tio “Paulinho Peixoto”, que gosta bastante do Led Zeppelin, acabei me entregando ao som daquele CD (que ele escutava direto) e que só aos meus 16 anos de idade, fui descobrir que não era uma coletânea do grupo, mas o “Led Zeppelin IV (lançado no dia 8 de novembro de 1971)”, ao qual todas as faixas se tornaram sucessos absolutos! O álbum que traz na capa a imagem de um senhor carregando galhos nas costas, teve a utilização do estúdio móvel dos “Rolling Stones” nas gravações e foi o responsável por despontar a banda no cenário mundial. O álbum foi produzido por Jimmy Page e vendeu cerca de 40 milhões de cópias no mundo todo, sendo assim, o décimo segundo álbum mais comprado da história. Além disso, despontou no primeiro lugar da “UK Albums Chart” no Reino Unido.
Pela primeira música do disco já dá para perceber porque o álbum alcançou tanto sucesso. “Black Dog” traz além do vocal único de Robert Plant, a guitarra de Jimmy Page, a bateria de John Bohan e o baixo de John Paul Jones em total sintonia. Além disso, a participação de “Ian Stewart”, tecladista dos Rolling Stones e responsável pelo estúdio móvel. Impossível não se empolgar com a música que tem a ver com um cão que por vezes visitava o estúdio das gravações. Em seguida a música “Rock And Roll”, excelente tributo a Little Richard, dá uma sequência perfeita, trazendo baterias e guitarras mais pesadas ao estilo mais dance. Aliás, nesse quesito o grupo soube empolgar os fãs. Para acalmar os ânimos, o Led Zeppelin traz a canção “The Battle Or Evermore” que tem um violão único de Jimmy Page e a participação de Sandy Denny, vocalista do Fairport Convention, dividindo vocais com Robert Plant.
Com “Stairway To Heaven”, o Led Zeppelin conseguiu alcançar, além das paradas músicas de forma unânime, o impulso perfeito para as vendagens do álbum. A canção foi eleita pelo canal VH1 como a terceira melhor da história do Rock, colocando-a atrás apenas de “Satisfaction”, dos Rolling Stones, e “Respect”, de Aretha Franklin. A revista Rolling Stone pôs a música na posição 31 de sua lista The 500 Greatest Songs of All Time. Em “Misten Mountain Top”, o grupo volta a sonoridade do início do álbum. Uma canção ao clássico estilo de Hard Rock e que tem a junção perfeita do coral do grupo. Claro que o refrão é único também e bem empolgante. A música “Four Sticks” foi titulada assim porque John Bonham gravou a bateria usando “quatro baquetas”. Dizem que ela saiu depois do baterista ver um show do “Ginger Baker’s Airforce” e querer mostrar que era um baterista melhor do que Ginger Baker, ex-Cream, grupo que era formado por Ginger Baker, Jack Bruce e Eric Clapton. Sensacional!
Já a canção “Going to California” (uma das que mais gosto do álbum), foi baseada no Folk Rock, desenvolvida com um violão e um bandolim. Foi escrita durante a passagem de Jimmy Page pela Califórnia e existe uma lenda que diz que a canção fala de Joni Mitchell, paixão do guitarrista, que na época era casado e estava com um filho recém-nascido. Para fechar com maestria “Led Zeppelin IV (1971)”, a música “When the Levee Breaks” chega com a gaita precisa de Robert Plant e a guitarra hipnotizante de Jimmy Page. Claro que temos ainda o baixo de John Paul Jones e mais uma vez, a bateria de John Bonhan mostrando por que ele é eterno. A canção é um cover de Memphis Minnie, famosa cantora de blues de muito sucesso entre os anos 1920 e 1950. Nela vemos o potencial do Led Zeppelin, pois todos estão afiados e trabalhando em perfeita sintonia!
Avaliação
O quarto álbum de estúdio do Led Zeppelin é o ponto de partida para levar o ouvinte ao universo místico desta que é uma das bandas mais inovadoras na cena Rock’n’ Roll dos anos de 1970. Analisando cada canção, fica claro que até hoje na história do Rock, poucas bandas conseguiram acertar de vez, como o grupo neste álbum. Prova disso é que por tantos hits, até eu mesmo que ainda não conhecia o grupo na pré-adolescencia, achava que esse álbum era uma coletânea. Deste fantástico trabalho indico todas as oito canções: “Black Dog”, “Rock and Roll”, “The Battle of Evermore”, “Stairway to Heaven”, “Misty Mountain Hop”, “Four Sticks”, Going to California” e “When the Levee Breaks”. Dou cinco estrelas máxima, pois, como imaginar o mundo sem os clássicos do “Led Zeppelin IV (1971)”? Um trabalho conciso, redondo e para mim, o mais equilibrado do grupo. Se você ainda não ouviu o álbum, escute, pois são tantos adjetivos nessa obra musical, que tenho certeza que você não se arrependerá. Álbum disponível no formato físico e nas plataformas digitais.
Fotos: Led Zeppelin
Até a próxima Crítica Musical.
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