Trabalho mantém o estilo do grupo e traz os hits “Ninguém é de Ninguém”, “Motor”, “Te Conecta”, “Para o Grande Amor”, “Submersa” e “Sol Quadrado”
Para muitas pessoas o Pop Rock acabou, mas para outras, o estilo musical se mantém mais vivo do que nunca! Prova disso são as bandas que estão nadando contra a forte maré do ‘Sertanejo e Funk’ lançando até hoje ótimos trabalhos, como, por exemplo, a banda Pitty. Com presença marcante no Rock brasileiro, o grupo que ganhou fama e atingiu o sucesso com seu primeiro álbum “Admirável Chip Novo (2003)”, lançou recentemente seu mais novo trabalho, “Matriz (2019)”, que além de trazer total força poética nas letras, mantém o mesmo estilo musical da banda. Em pouco tempo de lançamento, o álbum já tem quase 98% de aprovação dos usuários do Google.
Mas não apenas das letras “Matriz (2019)” já se destaca, mas também pelo vocal único da cantora baiana “Pitty”, que incrivelmente está o mesmo após tantos anos. Aliás, afinadíssimo como sempre. Para iniciar o álbum, o grupo traz “Bicho Solto”, com letra bem ligada a realidade social do país. A música caberia muito bem no álbum “Anacrônico (2005)”, segundo do grupo. Em seguida a canção “Noite Inteira” dá o tom. A letra é ótima e a sintonia entre bateria e guitarras está perfeita. Parece que a música foi retirada de “Admirável Chip Novo (2003)”. Dando sequência eles chegam em “Ninguém é de Ninguém”, mais uma forte letra e com o estilo “rebelde” que fez a banda estourar e se tornar uma das bandas mais requisitadas pelos fãs no extinto Pop Rock Brasil, festival que era sediado anualmente em Belo Horizonte/MG.
Com a bela canção “Motor”, Pitty traz toda a qualidade sonora e vocal na canção de Teago Oliveira, do Maglore, outro grande expoente do rock baiano. A música caiu muito bem para o novo álbum do grupo. A letra é linda e a melodia está realmente impactante. Com “Saudade (Vinheta)”, a cantora Pitty traz a narração de um pequeno texto que leva a música “Roda”. A canção também expõe a rebeldia única do grupo. Além disso, uma mistura meio Dance com Rock. “Azul” é mais uma vinheta ao qual a cantora declama um ótimo verso até chegar em “Bahia Blues”. A música reflete certos costumes da Bahia, terra natal da cantora. Em “Te Conecta”, a banda traz uma balada “Reggae” muito bem trabalhada e sintonizada ao vocal da cantora. Uma delícia de se ouvir.
Em seguida “Redimir”, traz uma ótima introdução com violinos. A letra também traz um olhar social, algo bem forte na forma de ser da vocalista. Uma composição inteligente e direta. Com “Para o Grande Amor”, o grupo incrivelmente traz uma batida bem Dance e tranquila em meio a letra que é também muito gostosa de se ouvir. O refrão é ótimo e reflete bastante no estilo musical do grupo. Já em “Submersa” a banda traz mais uma canção que com certeza já é um grande hit para tocar nas rádios. O vocal da cantora está demais! Para fechar “Matriz (2019)” com tamanha maestria, a banda Pitty traz a canção “Sol Quadrado”, mais um reflexo das questões sociais que inevitavelmente dominam as capas de jornais, portais de notícias e redes sociais.
Avaliação
Voltar após cinco anos sem inéditas não é uma tarefa muito fácil, ainda mais quando o cenário musical está repleto de artistas do Sertanejo e Funk tocando sem parar nas rádios. No entanto, Pitty conseguiu isso muito bem! “Matriz (2019)” já figura com certeza entre os melhores álbuns de 2019, tanto pelas canções, quanto pela perspicácia da cantora que faz uma análise de situações atuais vividas no país. Deste grande trabalho indico, “Ninguém é de Ninguém”, “Motor”, “Te Conecta”, “Para o Grande Amor”, “Submersa” e “Sol Quadrado” que estão demais e valem a pena serem ouvidas atentamente. Avalio com cinco estrelas (máxima), pois voltar com qualidade e com canções que nos fazem pensar sobre nossa realidade é um presente em tempos tão rápidos e fúteis. Se era preciso acordar para certas questões, “Matriz (2019)” traz esse alarde e a cantora Pitty soube dosar isso com muita qualidade e muito bem! Álbum disponível nas plataformas digitais.