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Capital Inicial lança “Sonora” mantendo o DNA do Rock e o estilo inconfundível do grupo na música brasileira

Disco quebra o jejum de quatro anos sem inéditas; “Tudo Vai Mudar”, “Nada Vai te Machucar” e “Só Eu Sei” são alguns dos sucessos

 

O Capital Inicial vem atravessando gerações e como um bom vinho, ficando cada vez mais interessante. Prova disso está em “Sonora (2018)” que traz 11 novas faixas mantendo a pegada e o som característico do Capital Inicial que desde o inicio dos anos 2000, mantém a mesma formação com Dinho Ouro Preto, Flávio Lemos, Fê Lemos e Ives Passarel. O disco ainda traz a assinatura de Dinho Ouro Preto e de Alvin L. (amizade que já dura há 30 anos) em 10 faixas e a colaboração de grupos atuais do Pop Rock, como, “Scalene”, “Far From Alaska”, “CPM 22” e a aclamada banda “Fresno”.

 

Seguindo a tendência de distribuição de singles (antes mesmo do lançamento do álbum), o Capital Inicial divulgou algumas faixas de “Sonora (2018)” para animar os fãs e o resultado foi a boa aceitação do disco. A começar pela faixa “Parado no Ar”, que já deixa claro que o Capital Inicial revisitou antigos sucessos. A música traz certa semelhanca a canções do álbum “Independência (1987)” e traz a participação da banda “Scalene”. “Algo estranho acontece, eu não sei o que é. Parado no ar, de uma noite, de uma noite qualquer. Estrelas movem pelo chão, se movem na chuva. Elas brilham, elas brilham, brilham em vão. Fingindo ser o fim de um dia perfeito. Como a trilha sonora de um filme que. Nunca foi feito”

 

Na música “Atenção”, as guitarras aparecem em primeiro plano dando a sintonia para o vocal “perfeito e único” de Dinho Ouro Preto. A música traz uma letra mais reflexiva. “Lhe espero com o bolso na mão. Sozinho, esperança no chão. Silêncio pra lembrar você. Da ausência que você não vê. Eu penso e falo sem querer. Eu sei, eu nunca vou aprender. Não faça o que eu digo. Sempre caio em contradição. Sou um caso perdido. Eu só quero chamar sua atenção. Errado, ando sem me mover”. Com “Tudo Vai Mudar”, o Capital Incial volta ao estilo adotado nos álbuns “Gigante (2005)” e “Das Kapital (2010)”. “Nada vai me parar. Nada vai me parar. Eu já cansei de esperar. Nada vai me parar. Um soneto que parece um remendo. Todos falam uma língua que eu não entendo. Ando por ruas, avenida e pontes”.

 

Com “Universo Paralelo”, Dinho Ouro Preto mais uma vez reforça sua “vitalidade” com um vocal belíssimo. A letra também retrata um pouco do lado romântico da banda. A música traz a participação de Lucas Silveira, vocalista do grupo “Fresno”. Uma letra bem tocante e que em “duo” ficou ótima. “Mesmo que eu faça chover. Não tem jeito de esquecer. Se for sair sem me avisar. Que seja pra nunca mais voltar. Sem você, não sei quem eu sou. Eu não consigo mais dormir. Pensando no que é que te fez desistir. Sua dor, é a minha dor. Eu vou pra onde você for. Mesmo que eu ande sobre o mar. Sei que aqui, é o meu lugar. Se for sair sem me avisar. Que seja pra nunca mais voltar. Sem você, não sei quem eu sou”.

 

Em “Seja o Céu”, o Capital Inicial aposta mais uma vez no romântismo ao estilo “pop” que somente o grupo sabe produzir. Mais uma canção que se não fosse nova, daria a impressão de fazer parte, por exemplo, de “Rosas e Vinho Tinto (2002)” ou “Eu Nunca Disse Adeus (2007)”. Destaque para a bateria de Fê Lemos que está incrível. “Os carros freiam quando você passa. Não vê os lados, nem sente a fumaça. Melhor não se mover pra não se machucar. Em caso de silêncio, comece a gritar. Eu vejo rostos que quase são você. Eu sigo o cheiro de nada a perder. Posso estar onde eu quiser e não tenho onde ir. Oh oh oh. Perdi a hora em movimento, aprendendo a sentir”.

 

Com a mesma essência a música “Nada Vai te Machucar” traz violões e o estilo inconfundível do Capital Inicial. Com solos de guitarra de primeira, Ives Passarel mostra sua magnitude. “Se eu pudesse mudar, não iria mudar. Deixe tudo como está, nada vai te machucar. Lembro do início, tudo era difícil. Quase um precipício, nada vai te machucar. Me deixe ser seu porto seguro. Me deixe ser seu quarto escuro. O que você sempre quis. Me deixe ser o seu país. Encontrei o que eu procuro, acredito no futuro. Lembro de amanhã, nada vai te machucar. Me faça mil promessas, me encha de esperança. Tenho confiança, nada vai te machucar”.

 

Saindo da linha mais lenta, o Capital Inicial chega na canção “Tempestade” que traz uma letra e ritmo mais Rock. Nada além do já conhecido do grupo em álbuns anteriores.. Com “Não Me Olhe Assim” o Capital Inicial volta ao estilo mais conhecido do grupo com vocais ai fundo. “Não me olha assim
Não me queira mal. Tô correndo e eu não sei onde eu vou. Não me veja assim. Não me trate mal. Como alguém que o tempo levou. Tão normais. Distantes. Nada mais nos move. Tanto faz. Estranhos. Tão iguais”. Seguindo a mesma linha a música “Velocidade” ao estilo bem “Rock And Roll” traz a animação do grupo tanto em baterias quanto guitarras. A música traz a participação do “CPM22”.

 

Dando sequência o Capital Inicial traz a música “Invisível”, com batidas mais fortes e guitarras bem estridentes. A letra é ótima e traz a participação do grupo “Far From Alaska”. “Pedi a conta, saí sem pagar. Sou invisível, ninguém vai notar. Atrasei, perdi meu caminho. Tava ocupado transformando a água em vinho. Cheguei em casa começou a chover. Teleguiado liguei a TV. Mais um crime, mais uma explosão. Mais um dia de festa no seu mundo cão. Ahh, me faça de novo o que só você me faz”. Para fechar “Sonora (2018)” o Capital Inicial traz “Só Eu Sei”, mais um grande hit do novo trabalho. ” Só eu sei. Quantos invernos passei. Pra chegar aqui. Só eu sei. A quantas estrelas caindo na Terra. Eu pedi. Desertos gelados. Brinquedos quebrados. Em vidas que nunca vivi. Sorrindo de medo. Contando nos dedos. De quantas entradas saí. Pra chegar aqui. Pra chegar aqui”.

 

Avaliação

 

Tive minha primeira aproximação com o Capital Inicial quando o disco “Atrás dos Olhos (1998)” estava timidamente tendo alguns de seus videoclipes passando na MTV brasileira. Logo depois eles estouraram com o “Capital Inicial – Acústico MTV (2000)” e de lá para cá não pararam mais de produzir ótimas canções e álbuns marcantes. Em “Sonora (2018)” indico as seguintes faixas: “Parado no Ar”, “Tudo Vai Mudar”, “Universo Paralelo”, “Seja o Céu”, “Nada Vai te Machucar”, “Não Me Olhe Assim”, “Invisível” e “Só Eu Sei”. Por seguir uma linha bem animadora para os ouvidos, vejo que o grupo conseguiu o que poucas bandas do Pop Rock tem conseguido: se manter em pé e com tamanha qualidade musical. Sendo assim, avalio com cinco estrelas (máxima), pois enquanto no álbum “Saturno (2012)” e no EP “Viva a Revolução (2014)” o Capital Inicial parecia ter perdido o fôlego, em “Sonora (2018)”, eles voltaram com todo o gás. Disco disponível no formato físico CD e vinil e também no Deezer e Spotify.

 

 

Até a próxima Crítica Musical.

Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira

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Felipe de Jesus - Siga: @felipe_jesusjornalista
Editor & Administrador do CulturalizaBH - Portal UAI [ Apoio no setor Administrativo e Financeiro ] - Jornalista - Redator & Colunista: Crítica Musical. Filiado: FENAJ & FIJ | AIN | SINAJ | Abramídia | UBI _________________________________________________________________________ ■ Publicidade & Divulgação de Notícias MKT - Diretor [ Grupo Conteúdo (GC) ] _________________________________________________________________________ ■ Advocacia: Gestor - Elpídio & Jesus Advogados ________________________________________________________________________ ■ Graduado: Apaixonado pela área acadêmica, Felipe de Jesus é formado em Jornalismo pela (Faculdade - FESBH), Publicidade & Propaganda (Instituto Politécnico de São Paulo), Teólogo (Faculdade ESABI/BH-MG), Sociologia (Faculdade Polis das Artes/SP), Economia (Universidade USIP), Advogado (FACSAL/MG) , Ms. em Comunicação Social: Jornalismo e C.Informação (Univ. UEMC) e atualmente cursa Engenharia de Telecom. & TV (F.Matric/EAD)