Violetas na janela é um best-seller da literatura nacional. O romance espírita já vendeu mais de 2 milhões de exemplares e está na 47º edição com a publicação de 2013, da editora Petit.
Lembro que os dados não estão atualizados, nesses últimos 5 anos é mais que provável que esse livrão já tenha superado esses dados.
A primeira publicação da história foi em 2004 e de lá pra cá é um sucesso absoluto. Referência da literatura espírita nacional, indicada e lida não apenas entre os espíritas, mas todos que se interessam pela literatura como um todo. Sem preconceitos.
A história foi escrita pela médium Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho, ditada pelo espírito da sua sobrinha Patrícia, que já deixa claro logo nas primeiras páginas o propósito do livro e o que o leitor vai encontrar. Eu gostei muito dessa honestidade, aliás é uma história muito singela, clara e sincera. Vamos a ela.
“Tudo o que narro poderá parecer a muito ficção. Mas o que é a morte senão uma nova etapa da vida?” (Pág. 149)
Patrícia morreu aos 19 anos, vítima de um aneurisma cerebral. Para os não espíritas essa morte é sinônimo de tragédia: “Uma moça tão jovem ter um fim assim”, penso eu. Mas para os espíritas seu tempo naquele corpo físico se esgotou. Era de fato, a hora de voltar pra casa.
“_ O não entendimento da continuação da vida leva muitas pessoas a terem pena de quem desencarna. A desencarnação para os bons é paz e alegria. Para os maus e ociosos é o começo de sua colheita”. (pág.205)
Por meio da sua tia, Patrícia conta como se deu o processo de desencarnação. Desde a hora em que acordou no hospital da Colônia (semelhante a uma cidade, onde os desencarnados vivem – como o famoso “Nosso Lar”), os primeiros ensinamentos, o desprendimento na vida da terra, e o futuro. Sim! Patrícia conta com uma riqueza absurda tudo o encontrou após a sua morte.
“_ Nem todos sofrem por não ter conhecimentos espíritas ou do plano espiritual. Quem é bom, é atraído para bons lugares. Conhecimentos só facilitam a adaptação. Mas a falta deles, da crença da verdadeira continuação da vida após a morta do corpo, acarreta muita perturbação e até sofrimento ao desencarnado, e até mesmo para os encarnados que perderam o ente querido.” (pág.132)
A vida na Colônia é agradável e simples. Há tranquilidade e ordem. As pessoas (desencarnados) são confiáveis e amáveis. Respeitam as outras. Se ajudam. Tudo na Colônia em feito em prol do outro. Na Colônia há teatro, escola, diversão e várias regras. Há livros, e um aparelho semelhante a uma televisão onde eles podem ver os parentes na terra, noticiários, palestras, peças teatrais e preces.
Para mim que sou leiga no assunto, mas muito aberta e curiosa, achei toda narrativa muito fascinante e bem construída. Patrícia teve uma vida plena na terra e sua doutrinação e religião facilitaram essa transição. Ela aceitou bem a morte, assim como seus familiares. Isso facilitou e muito sua adaptação. Confesso que gostaria de ter lido uma história totalmente contrária, de alguém que não aceitou e como se deu esse processo. Patrícia inclusive pulou alguns estágios e já foi direto para o hospital, algo que não acontece com todo mundo. E a mensagem neste momento é bem clara:
“Não podemos separar nossa vida, ela é um todo, e estar encarnada ou desencarnada são fases. Recebia muito, compreendi também que somos herança e nós mesmos. A reação é conforme a ação”.
Durante sua passagem na terra ela foi uma pessoa boa, caridosa, amorosa. A leitura deste livro nos estimula a buscar o mesmo para nós. Patrícia nos apresenta diversas histórias dos moradores da Colônia. Como eles morreram, como é viver naquele lugar, e principalmente como eles encararam essa nova “vida”. Todos têm algum ensinamento ou lição para nos passar. Na Terra, Patrícia e toda sua família são espíritas, mas isso em nenhum momento é imposto aos leitores, inclusive tem até citações que reforçam essa questão.
“_Você não é privilegiada, aqui está por afinidade, porque é pura de coração, e não por ter sido espírita. Se não fosse boa, sem erros, não teria sido recebida com todo carinho no plano espiritual. Se você, Patrícia, não tivesse sido o que foi, poderia ter sido até uma dirigente de Centro Espírito, que não viria como veio. Está aqui porque você fez por merecer…” (Pág. 134)
Independentemente de religião, o que fica é a mensagem de fazer o bem, levar amor, ajudar. Ser uma presença positiva na vida dos outros e será recompensado por isso. O livro é bem esclarecedor e literalmente voltado para o público que segue a religião espírita. Mas nada impede que tenhamos conhecimento e aprofundamos com as continuações e outras obras relacionadas.
A chamada literatura “espírita” é um sucesso absoluto, não apenas por quem segue a religião, mas por diversos leitores que se desprendem de todo e qualquer preconceito e conhecem histórias fantásticas que trazem mensagens positivas, onde o amor e o perdão nunca são demais.
Veja outra dica de leitura de livro espírita.
Movida Pela Ambição – Eliana Machado Coelho E O Espírito De Schelida
Gosta de ler? Conheça o LiteralMente,Uai – Primeiro portal dedicado à literatura em BH.
Esta coluna é publicada invariavelmente as segundas, porque às vezes o livro é bem grande (rs)
Envie seu e-mail para a colunista: [email protected]
Quer saber mais sobre literatura acesse: www.literalmenteuai.com.br