Os hits “We Will Rock You” e “We Are The Champions” se tornaram hinos consagrados
Em 1975 o “Queen” formado pelos integrantes Freddie Mercury (vocal), Brian May (guitarra) Roger Taylor (bateria) e John Deacon (baixo), entrava de vez para o grupo seleto de bandas bem sucedidas e reconhecidas no mundo e não era para menos. Nesse ano a banda lançava para o mundo a música “Bohemian Rhapsody”, que faz parte do icônico álbum “A Night At The Opera” (quarto da carreira) que além deste grande hit, trazia também a bela “Love Of My Life “, considerada uma das mais românticas do século. No entanto, após esse grande sucesso, o Queen produziu “A Day At The Races (1976)” e o estonteante e incomparável “News Of The World (1977)”, uma marca importante na discografia do Queen. O álbum que vendeu mais de 750 mil cópias completou 41 anos de história sendo até hoje um dos grandes destaques do grupo na mídia mundial.
A começar pela faixa “We Will Rock You”, um dos maiores sucessos na carreira do Queen. A música surgiu através de uma ideia do guitarrista Brian May que queria ver o público interagindo com a banda e, foi exatamente isso que eles conseguiram. A letra que traz batidas de pés e mãos é bem empolgante, que diga o refrão. “Nós vamos balançar você. Nós vamos balançar você. Amigo, você é um homem jovem e difícil. Shoutin ‘na rua vai levar o mundo algum dia. Você tem sangue na sua cara. Sua grande desgraça. Agitando sua bandeira em todo o lugar. Nós vamos balançar você. Cante isso!”.
Em seguida o álbum segue o tom com a fantástica “We Are The Champions”, sucesso mundial alcançando a segunda posição no UK Singles Chart, e a quarta na Billboard Hot 100 dos Estados Unidos. Além disso, a canção foi cogitada para ser o hino oficial da “Champions” na reformulação da competição em 1992. Se era preciso ter uma música para exaltar a alegria e incentivar os atletas e torcedores nos campos de futebol, essa letra foi a pedida certa. “Nós somos os campeões, meus amigos. E nós continuaremos lutando. Até o fim. Nós somos os campeões. Nós somos os campeões. Os perdedores não têm vez. Pois nós somos os campeões do mundo. Eu fiz minhas reverências. E subi ao palco. Vocês me trouxeram fama e fortuna. E tudo o que isso traz. Eu agradeço à todos vocês”.
Em “Sheer Heart Attack”, faixa que também intitula o segundo álbum do grupo (mas curiosamente não gravada no disco de 1974), traz em “News Of The World (1977)” guitarras mais pesadas e um som mais ligado ao Rock setentista. Em “All Dead, All Dead” e na marcante “Spread Your Wings”, o Queen já começa a demonstrar os traços mais lentos que marcam algumas canções do grupo dali para frente. A letra traz uma história de perseverança. “Abra suas asas e voe para longe. Voe para longe. Espalhe suas pequenas asas e voe para longe. Voe para longe. Reúna-se. Porque você sabe que deveria fazer melhor. Isso é porque você é um homem livre. Ele passa as noites sozinho em seu quarto de hotel. Mantendo seus pensamentos para si mesmo, ele estaria saindo em breve”.
Nas faixas “Fight From The Inside”, “Get Down, Make Love” e “Sleep On The Sidewalk”, Brian May mostra por que sua giitarra se tornou quase que eterna para os fãs e críticos de música. Na canção “Who Needs You”, música que não foi executada nas rádios (pouco conhecida pelo público, mas como uma potência incrível e violões meio “mexicanos”), Freddie Mercury mostra seu talento inconfundível nos vocais. “Ajeito tudo às 6:30, você só aparece às 7:00! Sempre tentando me manter perambulando. Sua garotinha mimada, você me fez ficar esperando. Nunca considerando o meu ponto de vista. Não é nenhuma surpresa. Sou um idiota, pois acreditei em suas mentiras. Mas agora enxerguei debaixo do seu disfarce. Quem precisa? Bem, eu não preciso! Quem precisa de você?”
Em “It’s Late”, mais uma vez, Freddie Mercury e Brian May mostram uma “dobradinha” incrível entre vocais e guitarras bem “Rock And Roll” que apenas o Queen conseguia criar na música. “Você diz que me ama. E eu mal sei o seu nome. E se eu disser que te amo, à luz de velas, não há ninguém além de mim para culpar. Mas, há algo lá no fundo. Que está virando a minha cabeça. Oh, como eu poderia te amar, se pudesse te deixar ficar! É tarde, mas eu estou sangrando lá no fundo. É tarde, será que é só o meu orgulho doentio? Tarde demais, mesmo agora o sentimento parece estar sumindo. Tão tarde, apesar de estar chorando, eu não consigo evitar de ouvir você dizer. É tarde, e tarde, e tarde. Mas, não tarde demais!”
Para fechar essa grande obra do Queen, “My Melancholy Blues” mostra toda a maestria de Freddie Mercury, que nessa época já deixava claro suas influências musicais também da Black Soul. A letra é suave e em total consonância com o momento do Queen naquela época. “Afundar nesse sentimento. Que diz que meu coração está toda hora pra baixo – então. Não espere que eu. Me comporte perfeitamente. E use aquele sorriso ensolarado. Acho que terei um tempo nublado e encoberto. Não tente me parar
Porque em breve irei rumo a esse tempo tempestuoso. Estou provocando uma suave sensação. Com esta nova ocupação. Fico permanentemente colado. A esse extraordinário humor, então saia da frente. Me deixe tomar conta. Do meu blues da melancolia”.
Avaliação
Entre as faixas que mais gostei, indico: “We Will Rock You”, “We Are The Champions”, “All Dead, All Dead”, “Spread Your Wings”, “Who Needs You” e a fantástica “It’s Late”. Por ser um dos primeiros discos do Queen a ganharem mais destaque na indústria fonográfica e por trazer hits que até hoje são modernos para os ouvidos, avalio com cinco estrelas (avaliação máxima). Trazer quase seis sucessos em apenas um disco não era uma tarefa fácil, principalmente para um grupo que até então não tinha conseguido sentir o “real” gostinho da fama mundial. São 41 anos de história que quando se tornarem 50, ainda sim terão seus hits sendo propagados pelas novas e futuras gerações. Vale a pena escutar “News Of The World (1977)” e viajar no seu único e poderoso som. Disponível no formato fisico em vinil, CD simples e “Deluxe” duplo (com faixas extras ao vivo). Além disso, no Deezer e Spotify.
Até a próxima Crítica Musical.
Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira