Trabalho foi um dos mais vendidos e deu a artista o Grammy de Álbum Pop do ano
Se existe uma fórmula que a cantora Madonna domina muito bem, ela se chama Pop. Prova disso é que desde sua estreia com o disco “Madonna (1983)” ela entrou para o ranking das cantoras que mais vendem álbuns no mundo. Lembrada pelas “declarações polêmicas” e pelas “questões ligadas a sexualidade”, a cantora também ficou marcada por suas grandes turnês, como dos aclamados discos “Erotica (1992)”, “Bedtime Stories (1994)” e pelo icônico “Ray Of Light (1998)”, que foi um dos mais vendidos no final da década. Com pitadas de Pop / Rock e Eletrônico, o álbum que completou 20 anos, traz uma Madonna mais madura, mãe (de Lourdes Maria) e ligada à questões sociais. O álbum vendeu mais de 10 milhões de cópias.
Com canções mais distantes de temas provocativos e até midiáticos, “Ray Of Light (1998)”, traz primeiramente um nome de peso em sua produção. Na época a cantora Madonna cogitou fazer o disco com o Prodigy (grupo de hip hop eletrônico) que estava estourado com o álbum “The Fat Of the Land (1997)”. Mas, por uma manobra do destino, ela decidiu trabalhar em parceria com William Orbit, um dos grandes nomes da música eletrônica tendo trabalhos com Björk, Massive Attack e outros grandes nomes do Trip Hop. Foi com certeza uma ótima aposta.
A começar pela faixa de abertura “Drowned World/Substitute For Love”, “Ray Of Light (1998)” já deixava claro suas intenções no estilo que até o mesmo o camaleão do Rock “David Bowie” experimentou no disco “Earthling (1997)”. A letra da canção já mostrava traços de mudanças na cantora. “Agora eu descobri que mudei de ideia, essa é a minha religião”. Além dessa canção, outros posicionamentos mostram a partir dali uma nova Madonna. Em “Nothing Really Matters” já é possível perceber. “Nada realmente importa, amor é tudo que nós precisamos”. Além da nova temática, a sonoridade de “Ray Of Light (1998)” mexeu com a música que se produzia na época, ajudando o estilo eletrônico a sair do “gueto” se transformando em produto mais comercial.
Na música “Ray Of Light” a cantora “extravasa” as pistas de dança mostrando que estava também ligada à nova sonoridade. “E eu sinto. Mais rápido que a luz que está voando. Tentando lembrar onde tudo começou. Ela tem um pequeno pedaço do céu. Esperando o tempo em que a terra será como. E eu sinto que acabei de chegar em casa”. Já em “Swim” (uma das que mais gosto do álbum) ela mostra que o som da guitarra também teve espaço no álbum. A canção remete os bons sons Pop/Rock criados pelo grupo “Massive Atack”. Já em “Candy Perfume Girl”, “Skin” e “Sky Fits Heaven” ela mantém a mesma linha das pistas de dança.
Mas não apenas da “Dance Music” “Ray Of Light (1998)” foi criado. Em “Frozen” Madonna mostra toda a sua força “Pop” e engajamento já conhecido em álbuns de sucesso como “Like A Prayer (1989)” e “Bedtime Stories (1994)”. A letra é bem atual com as questões até mesmo sociais. “Você só vê o que seus olhos querem ver. Como a vida pode ser o que você quer que seja? Você está congelado. Quando seu coração não está aberto. Você está tão consumido com o quanto você ganha. Você desperdiça seu tempo com ódio e arrependimento”.
Já em “The Power Of Good-Bye” ela mostra que o romantismo está “vivo” em sua produção musical. “Seu coração não está aberto, então devo ir. O feitiço foi quebrado, eu te amei tanto. A liberdade vem quando você aprende a soltar. A criação vem quando você aprende a dizer não. Você foi minha lição que eu tive que aprender. Eu era sua fortaleza, você tinha que queimar. A dor é um aviso de que algo está errado. Eu rezo a Deus para que não demore”. Daí para frente Madonna continua com o mesmo som em “To Have And Not To Hold”, e faz uma linda homegem em “Little Star” para sua filha.”Nunca se esqueça de quem você é Estrelinha. Nunca se esqueça de como sonhar Borboleta. Deus deu um presente para mim. Feito de carne e osso. Minha vida, minha alma”. “Ray Of Light (1998)” fecha com a canção “Mer Girl” com sons bem eletrônicos também e uma pitada de “New Wave”.
Avaliação
A verdade é que o disco segue tão influente atualmente quanto na época em que foi lançado para o mundo. Diversos artistas já citaram o trabalho como uma de suas principais referências, como, por exemplo, a multipremiada cantora e compositora Adele. Das faixas que indico deste grande trabalho deixo: “Drowned World/Substitute For Love”, “Swim”, “Ray Of Light”, “Candy Perfume Girl”, “Nothing Really Matters”, “Frozen”, “The Power Of Good-Bye” e “Little Star”, que é uma bela homegem a sua filha Lourdes Maria. Avalio com cinco estrelas (máxima), pois o álbum conseguiu causar impacto em muitos que torciam o nariz para os trabalhos da cantora dos anos de 1980. São 20 anos, mas o disco continua até hoje com uma sonoridade única e bem atual. Madonna já anunciou um novo travalho, mas até o lançamento, vale a pena escutar essa grande obra que está disponível no formato físico, Deezer e Spotify.
Até a próxima Crítica Musical
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