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Literatura de Cordel

Hoje decidi falar sobre literatura de cordel. Embora eu mesma leia pouco este gênero, descobri enquanto fazia uma reportagem sobre a importância das bancas de jornal e revista no incentivo à literatura, que as bancas além de vender os famosos romances, também cumpre um extraordinário papel de promover a literatura de cordel, muitas vezes preterida pelas livrarias.

 

A literatura de cordel é uma das mais importantes manifestações culturais do Brasil. Tenho visto cada vez menos leitores que optam pela literatura nacional. Tenho amigos que até o mês passado já tinham lido mais de 60 livros este ano, 3 ou 4 nacionais.

 

Valorizar a literatura nacional é antes de qualquer coisa, preservar a nossa cultura. O cordel faz isso, eterniza a cultura, os causos e contos regionais em poucas páginas. São poemas e histórias para todos os gostos, que trazem os dramas do cotidiano, aventuras, humor, o amor e muita ficção. São publicações artesanais, simples, geralmente impressas pelo próprio cordelista em casa mesmo. E o melhor de tudo, custa apenas R$2,00.

 

O responsável por abastecer as bancas de jornal de BH é o paraibano José Medeiros, que vem à BH duas vezes ao ano, promovendo sua literatura.

Confira a entrevista que fiz com ele por e-mail.

Sua história com o cordel: Minha história com o cordel começou em criança lendo os folhetos que meu pai comprava e levava para serem lidos pelos filhos em casa pois ele era analfabeto. Aos oito anos escrevi minha primeira historinha em prosa. O primeiro folheto de cordel em versos eu escrevi em 1974.

Processo de criação: Eu escrevo, faço a arte e imprimo em pequena escala em casa mesmo, mas são editados em escala industrial em uma gráfica em Juazeiro do Norte no Ceará. E eu mesmo os distribuo nos pontos de venda em 24 estados e no Distrito Federal. 

Vendas: Em Belo Horizonte eu tenho cerca de 30 pontos de venda. As vendas variam muito principalmente devido às crises pelas quais passa nosso país. Mas consigo vender em todo país mais ou menos 30 mil cordéis por ano. As bancas são importantes nas vendas, principalmente as que expiem os cordéis. 

Os preferidos: Não tenho história preferida pois escrevo por séries. Cangaceiros, cantadores, coisas do Brasil, caçadores, entre outras. O assunto surge e eu escrevo. Geralmente os mais vendidos tem a ver com Lampião. Mas também são muito procurados os cordéis sobre Patativa do Assaré e Seu Lunga.

 

É só dar uma volta na livraria para perceber que na vitrine e nos locais de destaque estão sempre os best-sellers internacional. As editoras precisam vender para sobreviver, e lógico que vão investir na fórmula pronta. É nessa hora que o leitor tem um papel importantíssimo de mostrar as livrarias e sobretudo as editoras que queremos ver a nossa cultura em destaque.

Por isso, se passar por uma banca de jornal, dê uma espiadinha nos cordéis.  

 

Esta coluna é publicada invariavelmente as segundas!

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Quer saber mais sobre literatura acesse: www.literalmenteuai.com.br

 

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Elis Rouse
Sou Elis, não sou Regina; sou do interior e amo a capital; sou jornalista, mas não trabalho em jornal; amo ler, sonho escrever; dicas vou dar, dicas quero receber; experiências vamos trocar; literatura brasileira vamos amar!