Talvez aproveite a manhã
Em que as ruas já se namoram
Fricção dos corpos
Em copos entornados
O estorvo dos sonhos
Nos quais carrego sua tempestade
Pra depois
Só depois
Após e solitário
Esperar sua vinda
Que amarra meus olhos
Ao céu
E ao som manhã
Agarro feito nunca
Quando cais sobre mim
Aquele mesmo
Em que desaportamos do mundo
No dia em que a cidade
Em curvas misteriosas
Se apresentou
Em suas linhas
Manhãs em que erro para viver
Poema de Bernardo Nogueira
Foto: Wagner Correa
Instagram: Café de Imagens