Após oito anos após sua última apresentação a ópera La Traviata retorna ao palco do Grande Teatro do Palácio das Artes. A nova montagem operística da Fundação Clóvis Salgado, composta por Giuseppe Verdi e baseada no romance A Dama das Camélias, de Alexandre Dumas Filho, narra uma intensa história de amor pelas vozes de renomados solistas. Para essa nova montagem, o clima romântico da Paris do século XIX é o grande destaque. Em meio a uma sociedade conservadora, uma mulher e um homem de mundos opostos se vêm aprisionados aos preconceitos e às tradições da sociedade local, em detrimento do amor que sentem um pelo outro.
Com direção musical e regência de Silvio Viegas e concepção e direção cênica de Jorge Takla, La Traviata será apresentada em dois atos e conta com a Orquestra Sinfônica e o Coral Lírico de Minas Gerais e a Cia. de Dança Palácio das Artes. Protagonizando a história, a soprano argentina Jaquelina Livieri, no papel de Violetta Valéry; e o tenor Fernando Portari, interpretando Alfredo Germont. Completam o elenco, os solistas Paulo Szot (Giorgio Germont), Juliana Taino (Flora Bervoix), Fabíola Protzner (Annina); Thiago Soares (Gastone), Pedro Vianna (Barão Douphol), Cristiano Rocha (Marquês d’Obigny), Mauro Chantal (Dottore Grenvil) Lucas Damasceno (Giuseppe) e Thiago Roussin (Mordomo de Flora e Mensageiro).
Uma obra aclamada e reconhecida mundialmente, uma das óperas mais populares de todos os tempos, La Traviata é uma superprodução da Fundação Clóvis Salgado que envolve mais de 200 profissionais, trabalhando no palco e nos bastidores. São 11 solistas, 140 músicos da Orquestra Sinfônica e do Coral Lírico de Minas Gerais, 14 bailarinos da Cia. de Dança, além de mais de 60 profissionais entre técnicos de palco, assistentes, contrarregras, maquiadores e cabeleireiros. Essa é 5ª vez que a Fundação produz La Traviata. A composição de Verdi deu início à veia operística da instituição, em 1971, e foi montada em novas versões em 1988, 1998 e 2010.
Para Silvio Viegas, regente da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais e diretor musical desta produção, La Traviata atrai o público a partir de uma narrativa romântica que rompe barreiras. O fascínio por essa história vai além da musicalidade, uma das mais belas do repertório operístico. “Além do assunto, que trata das brigas entre camadas sociais e a paixão que as atravessa, a música da ópera é de uma beleza e intensidade extremas”, conta. A ária Libiamo ne’ lieti calici, canção mais famosa de La Traviata, é a combinação perfeita desse fervor musical e da suavidade do amor do casal. “A plateia entra em contato direto com essas nuances, e fica difícil não se apaixonar”.
Ainda segundo o maestro força da dramaturgia, transformada por Verdi em ópera, é um dos pontos altos do espetáculo. “Verdi costumava dizer que precisava encontrar a cor certa para cada ópera e, encontra-la, é sempre um grande desafio. Os tempos e contrastes corretos para cada personagem devem ser buscados com cuidado, analisando o texto e sua intenção, cada detalhe musical presente na partitura”, destaca Viegas. “Nada nesta ópera está ‘solto’, tudo possui um significado”.
Silvio Viegas promete uma produção belíssima, feita com uma direção cênica extremamente competente e rica. “Espero que a plateia se emocione e perceba que La Traviata poderia estar se passando hoje, onde a vilania não se encontra nos personagens, e sim na sociedade preconceituosa e intolerante que permanece entre nós”, conclui.
Abaixo informações sobre a apresentação:
LA TRAVIATA – ópera de Giuseppe Verdi
Quando: 20, 24, 26 e 28 de abril – às 20h30
22 de abril (domingo), às 19h
Quanto: R$60 (inteira) e R$30 (meia-entrada)
Onde: Grande Teatro do Palácio das Artes
Av. Afonso Pena, 1.537 – Centro