O Memorial Minas Gerais Vale, no Circuito Liberdade, recebe, nesta quinta (12/04), às 19h, Sérgio Pererê para o pocket show de lançamento de seu romance “A Morte de Antônio Preto” (Ed. Nandyala). O livro, em rimas, faz um mergulho no universo de Reinado, onde estão os festejos de Catopês, Marujos e Caboclos.
O artista diz que a vontade de escrever a história veio com a vontade de falar sobre cultura e crença popular sem parecer “coisa de pesquisador” e todos os elementos e personagens são naturais e ligados às suas vivências pessoais.
O que mais gostei foi a fluidez da escrita porque não houveram muitas pausas. O texto veio praticamente de uma vez como uma viagem ao mundo da reza,da cultura popular e da devoção.
O cantor conta sobre a empolgação de poder escrever um livro.
O enredo surgiu de histórias e outras experiências vivenciadas em casa: “Minha mãe sempre falou da morte com grande tranquilidade, por vezes, até chegava à comicidade. Ela contava a história do meu avô que morreu, mas ressuscitou, por meio da ação de um curandeiro misterioso. Aquilo causou um espanto nas pessoas que choravam o defunto e, ouvindo seu gemido durante o velório, saíram correndo, se atropelando e caindo barranco abaixo”, lembra Pererê.
O autor conta também que sempre escutou muitas histórias sobre feitiços e devoção em casa e os outros conhecimentos adquiriu em sua andanças por Minas Gerais. “Numa viagem a Milho Verde, no interior de Minas, conheci os vissungos – cantos de herança banto entoados em variadas situações, incluindo a colheita, o garimpo e a morte – por meio de dois grandes amigos: Ivo Silvério e Antônio Crispim. Esses dois me trouxeram, além dos vissungos, uma compreensão mais profunda sobre as festas do Rosário daquela região que envolve Marujos, Caboclos e Catopês. A partir dali, fiquei imaginando como seria falar sobre tudo aquilo de modo que soasse natural e de dentro pra fora, com uma linguagem capaz de contemplar as pessoas que são guardiãs da cultura popular. Foi então que, um certo dia, me vieram como um sopro alguns versos em forma de cordel e resolvi dar sequência. Escrevi, depois voltei a Milho Verde e, na beira de um fogão de lenha, li a história para o mestre Ivo. Ao fim da leitura, ele disse: ‘Meu Deus! Tá todo mundo aí’ “, detalha Pererê.
Antônio Preto é um capitão da marujada, cantador, filho e neto de marujo Um homem do sertão querido por todas e todos que morre atingido por feitiçaria…
Sérgio Pererê lança – “A Morte de Antônio Preto”
Quando: 12 de abril (quinta-feira)
Horas: 19h
Onde: Memorial Minas Gerais Vale – Praça da Liberdade, 640, esq. Gonçalves Dias
Quanto: Gratuito – Retirada de senhas uma hora antes do show
Foto em destaque: Patrick Arley