Cai o tempo em mim
Depositado pelo último sol
Saia e entrava
Pelas festas do ladrilho que esculpiu
Entanto
No crepúsculo
Escondia meus olhos úmidos
E os cacos do tempo
Descamavam minha prisão
Vez em quando
Naqueles dias de aroma outonal
Dedilhava algumas preces
Em súbito silêncio
Pela penumbra de sua chegada
Sempre
Sempre vinda
Sonhava com a aquarela
Que é seu corpo
Desnudo de estações
Saia e regressava
Enquanto a esmo
Meu tempo se dedicava a seus tons…
Poema de Bernardo Nogueira
Foto: Wagner Correa
Instagram: Café de Imagens