Enquanto distraído
Como são as manhãs de amar
Logo depois da noite
Sem vigília
Pois há samba
Quando cambaleio pela calçada
Os muros me abraçam
E nos envolvemos
Em grandes alardeios
Em que o vizinho se espanta
Essas cores encenam em meu corpo
E a cidade
Com barulho
Nem imagina da madrugada
Mas era de manhãs que falávamos
Porém
Uma manhã em que uma árvore flore
A gente só sabe não acordar
Ainda com seu pólen
Meus pés oscilam
Entre ontem e um pra sempre
Talvez seja assim o dia do amor
Deitado na manhã
Vejo meu corpo pulando o muro
Amar é um precipício colorido
Ninguém segura…
Poema de Bernardo Nogueira
Foto: Wagner Correa
Instagram: Café de Imagens