Filme: Cinquenta Tons Mais Escuros
Ano: 2017
Gênero: Romance
País: EUA
Diretor: James Foley
Trailer:
Não teve jeito. Dei uma paradinha na maratona do Oscar 2017 para me render às loucuras sexuais do casal Grey e Ana. E até que foi bom para dar uma respirada, sabe? Quem é que não gosta de um romance erotizado e escancarado na tela grande? Dois anos após o bem-sucedido “Cinquenta Tons de Cinza”, que arrecadou US$ 571 milhões mundialmente, chega aos cinemas a segunda parte da trilogia da britânica E. L. James: “Cinquenta Tons Mais Escuros”. Eu, que assisti ao primeiro longa e achei tudo muito sexual, sádico e explícito – o que até me deixou um pouco assustado, pois nunca tinha lido nada a respeito –, não pude me comparar àquelas leitoras mais sedentas, que queriam mais, muito mais. E elas conseguiram… Se o primeiro longa apostou mais na tensão sexual entre os protagonistas – Christian Grey (Jamie Dornan), um bilionário dominador experiente, e Anastasia (Dakota Johnson), aquela tímida menina ingênua sendo conquistada –, o segundo resgata o conto de fadas bem ao estilo Gata Borralheira (ou seria uma Cinderela sacana?), mostrando o bonitão-gostosão-malhadão-ricaço-poderoso-bom de cama completamente apaixonado e rastejante pela mocinha. O que não quer dizer que eles não transem – pra ser sincero, eu até perdi a conta da quantidade de cenas de sexo desse filme.
Só que, agora, as cenas de sexo vêm acopladas a um romance digno de novela das nove. Como eu disse, o bilionário tarado fica de joelhos, literalmente, diante da amada. Ele enxerga nela tudo o que não viu em outras tantas submissas. Faz de tudo para recuperar aquele namoro, que ficou abalado no fim do primeiro longa. Logo de cara, ele domina os pensamentos da jovem e, todo galante, propõe um novo acordo. É claro que a mocinha tímida não resiste e aceita. Ela até pede uns tapas, mas ele, todo cheio de mãos, chega a pedir para avisar-lhe se doer. Bonitinho, né? Em pouco tempo, ela descobre mais sobre o passado do galã e surpreende-se novamente. Enquanto ele tenta se livrar de seus demônios interiores, ela deve tomar a decisão mais importante de sua vida: continuar seguindo sua meteórica carreira ou ceder-se a esse novo acordo com um cara apaixonado, mas que tem o sadomasoquismo na veia, o qual pode explodir a qualquer momento?
Em meio a esse enredo, tem algumas coisas que precisam ser ditas: a trilha sonora está excepcional (melhor até que no primeiro). Quem quiser, pode procurar e baixar na internet porque as músicas são perfeitas pra aquele momento a dois. A cantora Rita Ora, que vive Mia, a irmã de Grey, dá leveza, alívio e diversão ao filme. Já Kim Basinger, a coroa que assediou o bonitão na juventude, constrange, é o retrato do embaraço. Detalhes que abrem ainda mais o caminho para o derradeiro “Cinquenta Tons de Liberdade”, que chega em 2018.
Pra fechar, ainda sobre o de 2017, podemos intitulá-lo como um drama-romântico-sexy de “sessão da noite”. Mas há um fato que devemos respeitar: os livros tornaram-se best-sellers, que foram adaptados e tornaram-se filmes extremamente rentáveis, e tudo virou um fenômeno! O diretor James Foley, que substitui Sam Taylor-Johnson do primeiro filme, fez o que pôde, tentou sair dos clichês (mas acabou caindo em muitos deles), e não se pode dizer que o longa se aprofunda na tensão, em que você poderia sentir até um friozinho na barriga. Não mesmo… Esse thriller psicológico está mais para um episódio de “Emanuelle”.