Por certo há semáforos
mãos diversas
tal como o ziguezaguear nas veias
que jovens
perdidas
pelas vias de mãos
triplas fomos andantes
até que a cidade nos inventa
arvorecemos na praça
já era manhã
quando chegou sua sombra
e antes que houvesse som
era outra esquina que nos sentia
agora misturados
asfalto
grama e luz
acabamos curvos
enredados pela arquitetura
que vem
quando o amor bailou
dançamos
feito Niemeyer’s do século XXI
misturamos o horizonte
nenhuma curva bastava
quisemos esperar de novo anoitecer
quisera uma manhã alumiada
pois de esquinas se faz o dia
amar é turvo
curva
que é manjedoura de gozar
por certo há montanhas…
Toda quarta-feira, um poema inspirado em algum ponto de Belo Horizonte!
Poesia: Bernardo G.B. Nogueira
Foto: Diego Martins