A 3ª edição da Mostra CineAfroBH acontecerá em dois sábados nesse mês de junho, serão duas sessões gratuitas que acontecerão das 18 horas às 21 horas, em ruas e centros de produções culturais diferentes, com filmes de curta e média metragem produzidos majoritariamente por realizadores afro-brasileiros, sendo seis deles mineiros ou radicados em Minas Gerais, e quatro do Rio de Janeiro, Maranhão e Espirito Santo. Além de BH, a “3ª Mostra CineAfroBH: Quilombos urbanos, fé e cultura” também passará pelas cidades de Salvador e Valença (BA), em julho nos dias 13 e 25. Em 2019, até o mês de novembro acontecerão 8 (oito) sessões de cinema, com exibição de 10 filmes que foram agrupados em quatro programações: Quilombola, Religiosidades, Panorama e Resistência.
A 3ª edição da Mostra CineAfroBH contará também com distintos homenageados, uma vez, que ela tem como objetivo homenagear e promover o trabalho cultural feito pelos mestres da Cultura Popular e fixando a legitimação dos seus saberes como Patrimônio Imaterial Cultural Brasileiro. Sendo assim, além das sessões de cinema terá logo depois às rodas de conversa com os mestres homenageados, os convidados e o público, a programação é feita em locais próximos de onde os homenageados realizam o seu fazer cultural.
A Primeira Sessão da 3ª Edição da MCABH acontecerá em 08 de junho (sábado), no Quilombo dos Luizes no bairro Grajaú tendo como homenageadas às matriarcas Dona Mara Luzia, Maria Lucia e Júlia, por suas atuações culturais e sociais na administração dessa Comunidade Quilombola que vem de uma longa linha de lideranças femininas. Em 2018 o Quilombo dos Luizes foi reconhecido como Patrimônio Cultural, no contexto urbano de BH, pelo Inst. Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – MG (IEPHA), por ser uma das Comunidades Quilombolas mais antiga da cidade. Os filmes que serão exibidos nesta sessão são:
“Favela em Diáspora” (Gabriela Matos, 21’56, 2017, MG), onde moradores do Morro do Papagaio são os protagonistas, e relatam através de suas vivências como o processo de migração compulsória realizado por um projeto da prefeitura, provocou uma ruptura em suas histórias. Assim, o filme dá voz as memórias de um povo que está á margem do asfalto, mostrando o que resta após uma desapropriação.
E o documentário: “A Grande Ceia Quilombola” (Rodrigo Sena e Ana Stela, 52`, 2017, MA), retrata a história do Quilombo de Damásio, uma terra doada por um senhor de engenho a três de suas escravas e que tem no cultivo e extração parcimoniosa de alimentos a base de uma estrutura social que privilegia o grupo. Parte destes saberes é mostrando como a comida tem um papel fundamental na coesão do grupo e nas relações sociais presentes.
A Segunda Sessão de Filmes será no dia 29 de junho (sábado), no Terreiro Ilê Wopô Olojukan no bairro Aarão Reis, o homenageado dá noite será o Babalorixá Pai Sidney, representante do terreiro de candomblé fundado em 1964 pelo Babalorisa Carlos Olojukan. Tombado em Novembro de 1995, como Patrimônio Cultural de BH pela Prefeitura, o espaço é um importante reduto cultural da cidade. Nesta sessão serão exibidos 4 Curtas que fazem parte da Programação Religiosidades, são eles:
“Road Movie à Moda Norte Mineira” (Alexandre Naval 19’39, 2018, MG), que mostra a decadência de uma dançarina que fez muito sucesso na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais, na década passada. Ao adentrar em uma viagem de carro, ela vê sua vida e a de todos que estão ao seu redor, passar por transformações profundas;
“A mulher da casa do arco-íris” (Gilberto Alexandre 23`24, 2017/18, ES), apresenta a história de Mãe Dango, sacerdotisa do Candomblé Angola. Sua trajetória é marcada pela ancestralidade herdada de seu pai, que lhe passou os ensinamentos da cultura bantu, e atravessada por episódios de superação e conquistas diante do racismo violento do país. A Casa do Arco-Íris, que ela define como um quilombo, abriga todos os seus filhos e é onde se cultuam os inquices. Assim, acompanhamos um espaço onde se constrói mais um capítulo da história da resistência negra no Brasil;
“Kabadio” (Daniel Leite, 16′, 2016, RJ) que conta a história de personagens reais, habitantes de um pequeno vilarejo muçulmano no coração do Senegal, chamado Kabadio. O local é uma espécie de éden místico protegido por líderes religiosos, sendo o epicentro de vidas que tentam manter suas tradições em meio à guerra civil e ao contrabando de mercadorias. O segundo curta propõe uma reflexão ativa sobre os direitos humanos, sobre brasilidade e sobre a conjuntura atual de nossa sociedade;
“Humanis Causa” (Lucas de Jesus 19’59, 2018, RJ) uma reflexão sobre nossa luta por direitos. Na cena cerca de 25 atores refletem sobre nossa realidade atual e através do olhar clinico e único, propiciado pela fotografia do grande cineasta brasileiro Neville D’almeida, somos colocados em uma posição de participante ativo da obra, trazendo assim uma maior relação de espectador-obra.
Endereços das exibições:
1ª SESSÃO
Onde: Quilombo dos Luizes (Rua Artur Ferrari, esquina com Alves Pinto Bairro Grajaú, Região Oeste, BH)
2ª SESSÃO
Onde: Terreiro Ilê Wopo Olojukan (Rua Dr. Benedito Xavier, 2030, CEP 31814-654 / Referencia: Na Lateral do shopping Onix, atrás do lava jato, – Bairro Aarão Reis; Região Norte)