Entre os dias 16/6 e 30/7, o Espaço Expositivo, Centro Cultural Unimed-BH Minas Rua da Bahia, 2.244 – Lourdes. abriga a mostra “Raspas e restos nos interessam”, dos mineiros Agnaldo Pinho e Ronald Polito. Os artistas trabalham formas geométricas que assumem o papel central, calcada nas variadas tendências construtivas da arte nos séculos XX e XXI, com a utilização de materiais menos nobres. A linguagem de um tem como característica a reintegração de resíduos à função estética. O outro, de forma delicada, provoca a ruína deles. O encontro das linguagens propõe a discussão da unidade dos elementos usados nas composições. “Raspas de Restos nos interessam” pode ser visitada de segunda a sábado, das 8h às 20h, e domingos e feriados, das 8h às 19h. A classificação é livre.
Estarão no espaço 14 obras de pequenas dimensões variadas, que vão de 21 x 21 cm até 37,5 x 24,5 cm – a maior delas. Segundo Ronald Polito, “a inspiração só está no título que é um verso levemente modificado de Cazuza. As palavras “raspas” e “restos” expressam bem o que as obras mostram. Como queimo os papéis, fico com o que resta deles”, explica.
Os artistas utilizam elementos que não são comuns na produção artística. Agnaldo Pinho diz que “são materiais que seriam naturalmente descartados mas que trazem em sua face registros e ruídos do tempo, este senhor nobre e perene e esta matéria de registros e rastros que me interessam”, observa o artista. Polito conta que seu material principal para a realização das obras é o “papel-manteiga, algumas vezes cortado no interior ou perfurado com alfinete, pirógrafo, faca, e com as bordas queimadas (com isqueiro ou cigarro)”, revela.
Ambos os artistas têm interesses distintos com a mostra. Agnaldo ressalta que “gosta do fato de que um pedaço de madeira, que ia para o lixo, se transforma em um objeto de arte e ganha novo valor e significado. Esta magia da arte de transformar coisas e pessoas é o que me interessa”. Já Polito diz que deseja que o visitante seja “provocado visualmente a sentir as relações entre texturas, tons, fundo e forma cambiantes, relevos sugeridos, e formas geométricas e abstratas evanescentes”.
A exposição” Raspas e restos nos interessam”, segundo Pinho, vai levar o público a entender que “pode catar seus cacos e transformar isso numa coisa bonita e harmoniosa… A arte faz isso com a gente”, conclui.