Priscapaes e Lídia Viber são duas artistas visuais, ambas importantes expoentes da cena do grafitti. Após três meses de imersão, pesquisa e diálogos, nos quais trocaram sobre suas formas de produzir, anseios e visões de mundo, foram desenvolvidas seis obras que serão apresentadas na exposição “Reside em Nós”, que, entre outros temas, traz a discussão sobre lugar da arte, que está no cotidiano e não restrita às galerias e espaços acadêmicos. O processo de residência contou com a mentoria da também artista Juliana Gontijo, cuja contribuição foi fundamental para o desenvolvimento do fio condutor entre os trabalhos.
A exposição teve início em julho, no Centro Cultural Padre Eustáquio, e segue para o Centro Cultural Alto Vera Cruz (R. Padre Júlio Maria, 1577 – Vera Cruz), de 3 a 30 de setembro. O acesso é gratuito.
As regionais escolhidas para a circulação das obras correspondem aos lugares em que elas desenvolveram seus primeiros trabalhos, já que Priscapaes cresceu no bairro Coqueiros, região Noroeste, e Viber no Alto Vera Cruz, zona Leste da cidade.
Priscila Paes, conhecida como Priscapaes nasceu em Curitiba – PR, em 11 de junho de 1984, mas foi para Belo Horizonte aos 05 anos de idade e lá cresceu e vive até então. Sua formação passa pelo Teatro, Circo, Design Gráfico até seu bacharelado em Artes Plásticas pela UEMG – Escola Guignard. É arte educadora desde 2011, ministra oficinas de artes para crianças e adolescentes em espaços escolares e não escolares. Seu trabalho tem a figura feminina como fio condutor. Para a artista, a rua é a forma mais eficaz de comunicar com seu público e a arte educação é onde encontra possibilidades de trazer o fazer artístico mais palpável possível.
Nascida na zona Leste de Belo Horizonte, Lídia cresceu nas comunidades do Alto Vera Cruz e Taquaril. Teve seu primeiro contato com o graffiti aos 15 anos em uma oficina social, descobrindo a possibilidade de se expressar através dos desenhos nos muros. A partir desta experiência, começou a escrever sua história na Arte Urbana. Cursou Cinema de Animação e Artes Digitais na UFMG e foi arte educadora de jovens periféricos por oito anos. Em 2013 recebeu a medalha de Honra Clara Zetkin, através do SINPRO-MG. Lídia ocupa um lugar de referência no que tange à arte urbana e muralismo brasileiro. Seu trabalho é inspirado pelo realismo mágico e, nessa linguagem, busca estimular reflexões sobre imposições, sonhos e desejos, inseguranças e aceitação, sejam eles apresentados em telas, aquarelas, graffiti ou em grandes murais.