Há mais de 50 anos, Vinicius de Morais escreveu que “o samba nasceu lá na Bahia”, na canção “Samba da Benção”. Porém, podemos dizer, hoje, que Belo Horizonte abriga uma nova geração de cantores, compositores e instrumentistas que preservam nossa expressão musical.
Bruno Cupertino é um deles. Partidário incondicional do samba tradicional, o cantor apresenta em “Canto Forte” 12 composições bem ajustadas ao nome do disco: um conjunto de melodias elaboradas, letras consistentes e instrumentação requintada que privilegiam a sonoridade natural das vozes, cordas, percussões, flautas e sopros.
A confecção desse disco consumiu três anos de trabalho: teve início em 2017 e foi finalizado no primeiro semestre de 2020. “Eu queria uma forma de expressão específica para as músicas de “Canto Forte” e saí em busca de de arranjadores que entendessem a sonoridade presente nas minhas ideias. Foi quando conheci o Lucas Porto (violonista, arranjador e produtor musical carioca), de quem acabei ficando amigo”, disse Bruno.
Estudioso das manifestações artísticas de origem africana e atento observador do cotidiano, Bruno Cupertino se distingue por uma escrita pessoal, forjada em rimas afiadas, melodias fluentes e um forte elo com a cultura afro-brasileira (plenamente expressada em “Samba do Libertador”, “Pra Oxum Bailar” e na própria “Canto Forte”).
Além do samba, sua área primeira de atuação, o compositor desenvolve relação e parcerias com outros estilos, como o choro (que pode ser também percebido em várias passagens do disco), música instrumental, bossa nova, rap, forró e o jongo. Versatilidade que possibilitou ao compositor dividir palco com diversos artistas de Minas e de outros estados.