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Som digital: Brothers In Arms do Dire Straitscelebra 34 anos de inovação no Rock mundial

“Money For Nothing”, “So Far Away”, “Walk Of Life”, “Your Latest Trick”, Why Worry?” e “Too Man´s Too Strong” são alguns dos hits

 

 

Até o fim dos anos de 1970 o único estilo musical conhecido e voltado ao Rock Eletrônico era o do grupo Kraftwerk. Não existiam bandas ainda que tivessem experimentado a ideia de misturar os sons, a não ser batidas mais dance, como o Queen fez em 1982 no álbum “Hot Space”. No entanto, o Dire Straits, grupo de Rock inglês, não tão conhecido no cenário musical fez o que nenhum grupo até então tinha realizado, misturar guitarras com baterias eletrônicas e sons “místicos” marcantes até hoje na música mundial. Com “Brothers In Arms (1985)” eles provaram que era possível agradar os fãs ‘ainda extasiados’ com os quatro primeiros álbuns sem perder o estilo conhecido do grupo. O disco vendeu cerca de 18 milhões de cópias no mundo todo e faz parte da lista dos 200 álbuns definitivos no Rock and Roll Hall of Fame.

 

 

“Brothers In Arms” marca não só uma guinada na carreira do Dire Straits, como fez uma mudança comportamental no Rock. A começar pela faixa “So Far Away”, que traz em sua introdução duas guitarras entrosadas e muito bem tocadas. O vocalista Mark Knopfler, um dos maiores guitarristas do século XXI, deixa claro a mensagem que eles queriam passar na música. “Nunca teve medo de nada. Nunca esteve acorrentado, mas nunca foi livre. Levou uma vida para curar um coração partido com tudo o que podia. Viveu uma vida tão infinitamente. Viu além do que os outros veem. Eu tentei curar seu coração partido com tudo que eu pude”.

 

 

Dando sequência ao álbum, a música “Money For Nothing”, uma das faixas mais conhecidas e “talvez” executadas nas rádios mundiais, traz além de sons eletrônicos, uma guitarra impecável e ainda a participação certeira do cantor Sting, na época vocalista do The Police. O vídeo clipe foi vencedor de várias categorias na MTV mundial. “Olha só para a grana deles é assim que se faz. Tocar guitarra na MTV. Aquilo não é trabalhar, é assim que se faz. Dinheiro por nada e garotas de graça. Aquilo não é trabalhar, é assim que se faz. Me deixe te dizer, aqueles caras não são burros. Talvez alguns bolhas em seu dedo mindinho. Talvez uma bolha em seu polegar”.

 

 

Com “Walk Of Life”, o Dire Straits traz a raiz contry do som que eles deram o pontapé inicial na música mundial. O som dos teclados e meio as baterias e guitarras bem dosadas, mostra que era possível trazer um som mais dance para o ouvinte. “Aqui vem Johnny cantando Oldies, Goldies. Be-bop-l-lula, querida, é o que digo. Aqui vem Johnny cantando I Gotta Woman. No metrô, tentando conseguir um trocado. Ele tem a ação, ele tem o movimento. Sim, o garoto pode tocar. Dedicação, devoção. Tornando todas as noites em dias”.

 

 

“Your Latest Trick” é aquela faixa inconfundível e que com certeza embalou muitos casais. A faixa traz o belíssimo som do Sax e toques suaves de guitarra. “Todas as barganhas da madrugada foram feitas. Entre os galãs da zona sul e suas gatas. E os caminhões de lixo pré-históricos. Têm a cidade só para eles. Ecos e rugidos de dinossauros. Todos dançam o baile dos monstros. E a maioria dos táxis, a maioria das prostitutas. Só aceitam chamadas se for em dinheiro vivo”.

 

 

Com “Why Worry?”, eles mantem a mesma linha da faixa anterior e mais uma vez a guitarra de Mark Knopfler se destaca. “Amor, eu vejo que o mundo lhe deixou triste. Algumas pessoas podem ser más, nas coisas que elas fazem, nas coisas que elas dizem. Mas amor, eu limparei essas lágrimas amargas. Eu afugentarei esses medos inquietos. Que fizeram seu céu azul se tornar cinza. Por que se preocupa? Deveria haver risos após a dor. Deveria haver a luz do sol após a chuva. Essas coisas sempre foram as mesmas. Então por que se preocupar agora?”

 

 

Já em “Ride Across The River” o som místico muito bem misturado com a bateria, teclado e guitarras se destaca. “Eu sou um soldado da liberdade no exército do homem. Nós somos os escolhidos, nós somos os partidários. A causa é nobre e a causa é justa. Estamos prontos para pagar com nossas vidas. Se for preciso. Iremos cavalgar através do rio profundo e extenso. Cavalgar através do rio até o outro lado. Eu sou o soldado da sorte, eu sou um cão de guerra. E não estamos nem aí para quem é a matança. É aquela velha história com um nome diferente. Morte ou Glória, é o jogo da matança”.

 

 

“Too Man´s Too Strong”, uma das faixas que mais gosto de “Brothers In Arms (1985)” mostra um lado mais cru do som do Dire Straits. O estilo Country mais uma vez se destaca na introdução. As guitarras que dão base ao refrão da música são impactantes. “Sou apenas um menino baterista envelhecendo. E nas guerras onde eu costumava tocar. Eu ditava o ritmo. Para muitos, uma sessão de tortura. Agora dizem que sou um criminoso de guerra. E estou esmorecendo. Pai, por favor, ouça minha confissão. Eu legalizei os roubos. Chamei de fé. Fugi com o dinheiro. E me escondi feito um ladrão. Eu reescrevi a história. Com meus exércitos e meus escroques. Inventei lembranças. Eu queimei todos os livros”.

 

 

Desta mesma forma “Brothers In Arms” da sequência com “One World”, mais uma faixa onde a guitarra única do Dire Straits se destaca. A voz mais digitalizada de Mark Knopfler é o diferencial. “Não consigo encontrar as capas dos meus discos. Não consigo arranjar os cadarços para os meus sapatos. Não consigo tirar notas caprichadas na minha guitarra azul. Não consigo nenhum antídoto para a tristeza. Não consigo encontrar as razões para as suas ações. E eu não gosto muito do raciocínio que você usa. De algum modo seus motivos são sórdidos. Ou de algum modo não consigo achar a cura. Não consigo achar um antídoto para a tristeza”.

 

 

Para fechar o disco, o Dire Straits traz a canção “Brothers In Arms”, composição foi inspirada na Guerra das Malvinas em que tropas inglesas e argentinas se enfrentaram. Existem duas versões de estúdio da música: a versão original do álbum tem duração de sete minutos, e a versão mais curta, que tem seis minutos e cinco segundos apresentando leves diferenças, como nos solos e no início e no fim da canção. “Estas montanhas cobertas de névoa são um lar para mim agora. Mas meu lar são as planícies. E sempre serão. Algum dia vocês voltarão para. Seus vales e suas fazendas. E não mais arder o desejo. De ser um companheiro de batalha. Por estes campos de destruição”.

 

 

Avaliação

 

 

Minha relação com “Brothers In Arms (1985)” é quase de ‘um amigo muito querido na infância’, já que conheço o disco desde que eu tinha seis anos de idade. Meu pai (ao qual não tenho mais contato desde os meus 10 anos de idade) tinha alguns discos marcantes de Rock e entre eles, “Brothers In Arms (1985)”. Sendo assim, conheço cada faixa de verdade de tanto ouvir. Entre as músicas que gosto e indico deste clássico da música mundial, deixo: “Money For Nothing”, “So Far Away”, “Walk Of Life”, “Your Latest Trick”, Why Worry?”, “Too Man´s Too Strong” e “One World” que é incrível. Avalio com cinco estrelas (máxima), pois o álbum além de ser o pontapé para o Dire Straits na música mundial, reforça em sua capa, o que eles dominam como ninguém, o som da guitarra. Vale a pena escutar “Brothers in Arms (1985)” e se deliciar com o som único do grupo. Disponível em vinil, CD, Deezer e Spotify.

 

 

 

Até a próxima Crítica Musical.

Crítica Musical é publicada neste espaço toda quinta-feira

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Felipe de Jesus - Siga: @felipe_jesusjornalista
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